Não durou nem uma quinzena. Com apenas duas rodadas completas, o Brasileirão 2025 já mergulhou em uma crise de arbitragem que acendeu o alerta vermelho na CBF. Os erros em campo e no VAR, especialmente nas partidas entre Internacional x Cruzeiro e Sport x Palmeiras, levaram ao afastamento imediato dos envolvidos. A Confederação tentou abafar o barulho com um anúncio de treinamento emergencial para os juízes, marcado para o próximo dia 14, no Rio de Janeiro. Mas, convenhamos, isso parece mais medida de relações públicas do que solução técnica.

Na prática, os equívocos foram graves e influenciaram diretamente os resultados. Em Porto Alegre, um cartão vermelho mal aplicado mudou o rumo do jogo logo aos 20 minutos. Já em Recife, o Sport caiu nos acréscimos por um pênalti pra lá de discutível. Até ídolo histórico do Palmeiras, o ex-goleiro Marcos, criticou a marcação. A sensação geral? O VAR tem enxergado o que não existe e ignorado o que está escancarado.

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Enquanto isso, fora das quatro linhas, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enfrenta questionamentos sobre gastos exorbitantes ao mesmo tempo em que projetos estruturais para a arbitragem seguem engavetados. Um exemplo é o centro de treinamentos de R$ 60 milhões que ficou no papel, mesmo com mais de R$ 1 bilhão em receitas. Com a corda no pescoço, a entidade resolveu promover uma "dinâmica de grupo" com os apitadores. É pouco, é tarde, e soa como maquiagem pra foto oficial.

O futebol brasileiro não pode mais aceitar que a regra do jogo mude a cada rodada. Em vez de se preocupar com quem pisa na bola — literalmente — ou inventar punição por provocação, a Comissão de Arbitragem precisa é de foco, seriedade e preparo. Futebol se joga com os pés, mas se decide com cabeça — e a arbitragem, hoje, está perdendo nas duas pontas.