O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgou um estudo impactante que revela que 181 milhões de crianças menores de cinco anos vivem em condições de pobreza alimentar severa. Este número alarmante representa 27% das crianças nesta faixa etária globalmente. A pesquisa, intitulada "Pobreza Alimentar Infantil: Privação Nutricional na Primeira Infância", analisou 100 nações de baixa e média rendas, incluindo países lusófonos como Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A África é a região mais afetada, com 13 dos 20 países mais atingidos pela pobreza alimentar infantil. Conflitos, mudanças climáticas e a alta nos preços dos alimentos são os principais fatores que agravam a situação. No sul da Ásia, o problema também é crítico, com 64 milhões de crianças afetadas. As regiões da África Ocidental e Central abrigam 31 milhões de crianças em situação de pobreza alimentar, enquanto a África Oriental e Austral têm 28 milhões.

Apesar do quadro sombrio, a África Ocidental e Central apresentaram progressos significativos, reduzindo a porcentagem de crianças em pobreza alimentar severa de 42% para 32% na última década. Este avanço foi impulsionado por políticas de diversificação agrícola e incentivos para profissionais de saúde. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma dieta nutritiva e equilibrada.

O UNICEF destaca que a falta de nutrientes essenciais aumenta a vulnerabilidade das crianças à desnutrição aguda, uma condição que ameaça a vida. Para combater este problema, a organização recomenda que as crianças pequenas consumam alimentos de pelo menos cinco dos oito grupos alimentares principais diariamente. Este esforço é crucial para melhorar a saúde e o desenvolvimento das crianças em todo o mundo.