Como ser feliz sem depender de relacionamento. Especialista explica
A felicidade, o respeito e o companheirismo devem ser a base da união
Nas últimas décadas, o papel e a visão da mulher na sociedade mudaram muito, trazendo mais liberdade ao sexo feminino. Esse empoderamento trouxe maior independência às mulheres, que antes eram subordinadas exclusivamente aos homens. Entretanto, ainda existem tabus e receios em relação a como ser feliz sozinha e solteira.
Ainda de acordo com a pesquisa, esses números justificam a necessidade de se investigar de rotina a atividade sexual das pacientes, bem como a criação e a validação de instrumentos capazes de facilitar essa investigação.
Nesse sentido, seguir os conselhos de um especialista no assunto, facilita as escolhas e o melhor caminho a tomar. Conversamos com a psicóloga e sexóloga Erika de Paula, especialista em disfunções sexuais que conta também com uma pós-graduação em sexualidade humana. Há mais de seis anos o campo de trabalho de Erika é focado em tudo que respeita à sexualidade e topou responder algumas das principais dúvidas que ainda percorrem a vida de muitas mulheres solteiras.
Como perceber e se afastar de um relacionamento tóxico?
Em primeiro lugar, é muito importante estar atento aos pequenos gestos, que podem passar despercebidos e serem sinais evidentes. Além disso, não é recomendado justificar comportamentos ou priorizar o relacionamento a qualquer custo.
A felicidade, o respeito e o companheirismo devem ser a base da união para que mereça ser vivida. Quando o relacionamento não tem esses valores enraizados, podem ocorrer insatisfações e agressões de todo tipo.
Ao mesmo tempo, conforme dados divulgados pelo estudo "Violência Contra a Mulher e as Práticas Institucionais" do IPEA do Ministério da Justiça, 80% das mulheres agredidas não querem que o infrator seja punido. Nesse sentido, em alguns casos, alegam ter sido responsáveis pela falta cometida e oferecem outras soluções.
Por outro lado, segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o quinto país com maior taxa de feminicídios. Enquanto em 2019 o número de feminicídios foi de 3,7 para cada 100 habitantes, em 2020 caiu apenas para 3,6.
Já no ano de 2020, o número foi alarmante, chegando a quase cinco mulheres assassinadas para cada 100 mil habitantes. Atualmente, estima-se que, a cada 7 horas, ocorre um caso de feminicídio no Brasil.
Portanto, é de extrema importância não hesitar em pedir ajuda diante dos primeiros sinais de abuso, seja físico ou psicológico. Nesse sentido, existem redes de apoio como a Central de Atendimento à Mulher ligando ao número 180. Assim como a Defensoria Pública de cada Estado, que conta com um núcleo e protocolos específicos para auxiliar e amparar as mulheres.
O que é uma mulher resolvida?
Quando se fala em desenvolvimento e crescimento pessoal, o termo "bem resolvido" é muito mencionado. Segundo Erika, uma mulher resolvida é "segura e confiante das suas qualidades". Ainda aprofunda a resposta e explica que "isso não quer dizer ser perfeita e sim se acolher apesar das imperfeições".
Ou seja, não tem nada a ver com a companhia de uma outra pessoa ou com o estado civil. Ser uma mulher bem resolvida e dona de si, tem a ver com a autoaceitação e o conhecimento pessoal.
É possível uma mulher ser feliz sozinha e solteira?
É totalmente possível e, inclusive, é uma obrigação procurar a felicidade independentemente de ter um relacionamento sério ou não. Como a especialista em sexualidade disse: "estar sozinha não significa estar infeliz".
São momentos para estar na própria companhia, que pode ser mais construtiva do que muitas pessoas imaginam. Esses encontros são necessários e saudáveis para o autoconhecimento e para alcançar uma conexão interior.
Por meio deles, são resolvidas dúvidas, inseguranças e comportamentos que permitem o desenvolvimento pessoal. Assim, a busca pela felicidade é uma obrigação com a vida como seres humanos.
Nesse sentido, o objetivo como pessoa é alcançar nossa versão mais completa possível. Dessa forma, quando uma pessoa chega na vida da outra, é para agregar e não para completar.
Fingir orgasmo, ainda ocorre muito?
Uma pauta que talvez surja muito em roda de amigas: fingir orgasmos. Em relação a isso, a psicóloga e sexóloga Erika de Paula disse que "infelizmente ainda existem muitas mulheres que fingem".
O motivo é claro e está relacionado principalmente com querer agradar o outro. Seja como for, o orgasmo não precisa acontecer em todas as ocasiões, já que imprevistos acontecem.
O mais importante é desfrutar durante a experiência e que a troca entre os protagonistas seja agradável. No entanto, se a dificuldade para alcançar o orgasmo é frequente ou constante, é necessário analisar a causa do problema.
Só assim será viável tratar a causa para poder melhorar a qualidade de vida sexual. De acordo com Erika, "a pessoa é a responsável pelo seu orgasmo e o outro vai ajudar a encontrar isso". Por isso, aponta para o autoconhecimento e olhar para si, o que ajudará a que cada mulher conheça e saiba do que gosta em termos sexuais.
Dessa forma, também será possível orientar o parceiro em relação aos gostos pessoais. Portanto, para que a experiência seja satisfatória para ambos, cada pessoa é responsável por colaborar no desejo do outro e no próprio.
Assim, é possível orientar o parceiro em relação aos gostos pessoais. Portanto, para que a experiência seja satisfatória para ambos, cada pessoa é responsável por colaborar no desejo do outro e no próprio. De certa forma, muitos casais descobrem por conta própria como apimentar a relação.
Como gozar sozinha?
Antes de mais nada, mesmo pertencendo ao sexo feminino, cada mulher é única e diferente. Nesse sentido, o que pode funcionar bem e ter um grande resultado para uma, para a outra pode acontecer o contrário.
Segundo Erika, se trata de "uma experiência de tentativas e erros das formas que existem". Ou seja, não existe um manual ou regra que funcione para todas da mesma forma. Nesse sentido, o caminho a seguir é o da autodescoberta, por meio de tentativas para conhecer os gostos e satisfações.
Desde já, para que o momento seja de qualidade, é importante deixar de lado a vergonha, culpa ou preocupações. Explorar diferentes regiões do corpo, usar objetos ou a criatividade em relação a fantasias sexuais, podem ser bons estimulantes. Quer saber mais sobre Como Gozar Sozinha? Continue aqui.
Como escolher um vibrador?
Objetos podem ser grandes aliados na hora da estimulação sexual. Nesse sentido, os vibradores costumam ser os mais procurados no mercado de sex shop.
Algumas dicas na hora de escolher o vibrador, podem garantir uma experiência mais prazerosa. Um fator importante a ser considerado é o tamanho, os modelos mais comuns geralmente são encontrados do P ao GG.
Por outro lado, existem diferentes tipos de objetos vibradores. Os vibradores clitorianos, por exemplo, têm um formato menos tradicional e são ideais para estimular o clítoris de forma direta. Já os vibradores de uso vaginal são mais populares e indicados para quem procura penetração durante a experiência. Por último, existem os vibradores de uso anal, recomendados para estimular essa zona erógena.
Segundo a Erika, "nosso maior órgão sexual é a pele" e experimentar tocá-la despertará sensações que ajudarão no processo de descoberta. Portanto, o modelo a ser escolhido vai depender muito da sua preferência e do tipo de experiência sexual desejada. Não há uma opção melhor ou pior, e sim a que vai se adaptar melhor às suas necessidades.
A independência financeira da mulher limita novos relacionamentos?
A mulher sempre se viu limitada ao homem em termos materiais e financeiros. Atualmente, a maioria das mulheres possui independência financeira e não precisam mais da figura masculina para o sustento. Entretanto, Erika alerta sobre a importância de "não estabelecer outros tipos de dependências", como emocional ou psicológica.
Nesse sentido, do ponto de vista masculino, ainda há homens que, por esse fato, se sentem intimidados, constrangidos ou inferiorizados. Do ponto de vista feminino, a independência atual liberou as mulheres da necessidade de um relacionamento para viver.
Como a mulher pode cuidar da saúde mental?
De acordo com Erika, existem várias alternativas para cuidar da saúde mental que sejam a psicanálise, terapia do comportamento ou a psicologia analítica.
Por meio do acompanhamento profissional, a mulher consegue desenraizar a construção criada socialmente em relação a seu papel. Dessa forma, com os recursos e conhecimentos necessários, a evolução emocional será só uma consequência.
Como uma mulher pode desenvolver a sua sexualidade?
A sexóloga Erika de Paula recomenda a "Linha do Tantra". Uma prática desconhecida por muitas mulheres ainda, que abrange o sexo além do ato em si. É mais conhecida por combinar a atividade sexual com os sentidos, através de experiências sensoriais prazerosas.
O resultado é uma conexão sexual e interior muito profunda, ideal para quem procura se reencontrar nesse sentido. Aromas, sabores, luzes e cores fazem parte da essência do mundo tântrico, conhecido por enriquecer o nível espiritual.
A boa notícia é que existe uma universidade dedicada às autênticas tradições tântricas, o Comunna Metamorfose, que ministra vários cursos sobre o assunto.
Portanto, como ser feliz sozinha e solteira é um processo que requer uma busca interior através do autoconhecimento. O caminho do aprendizado e das desconstruções, terão como futuro o crescimento pessoal e a plenitude emocional.
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