Brasil retira mais 32 pessoas da Faixa de Gaza em meio a intensificação de ataques
O grupo se encontra no país do norte da África e foi levado até o Cairo, acompanhado por membros da embaixada do Brasil no Egito
Um novo grupo de 32 pessoas formado por cidadãos do Brasil e familiares próximos deixou a Faixa de Gaza nesta quinta-feira (21) por meio da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, informou o Itamaraty no início da tarde pelo horário de Brasília.
O grupo se encontra no país do norte da África e foi levado até o Cairo, acompanhado por membros da embaixada do Brasil no Egito, em um trajeto feito em ônibus contratados pela representação diplomática com tempo estimado de 6 horas de viagem. Os repatriados pernoitam na capital e devem deixar o Egito nesta sexta-feira (22).
Trata-se da terceira operação da diplomacia brasileira para resgatar cidadãos do Brasil do território palestino hoje em guerra. Antes, outras duas missões retiraram 48 e 32 cidadãos cada uma. O grupo atual é formado por 7 homens, sendo 3 deles idosos, 11 mulheres e 14 menores de idade. Metade é brasileira, e a outra metade, palestina.
Uma vez no Brasil, os repatriados têm recebido apoio do Ministério da Justiça e da Segurança Pública para regularizar sua situação migratória e acessar serviços e possibilidades de estudo e emprego.
São grupos formados por cidadãos do Brasil que vivem em Gaza ou visitavam a região, outros com dupla nacionalidade, e palestinos que em outro momento de suas vidas buscaram refúgio em território brasileiro mas depois retornaram a Gaza por motivos variados.
Neste novo grupo, estavam 16 pessoas cuja permissão para cruzarem Rafah foi obtida após negociação bilateral do chanceler Mauro Vieira com seu homólogo israelense, Eli Cohen, em Buenos Aires no último dia 10, quando os dois participaram da posse de Javier Milei como presidente da Argentina. Aos 16 se somaram pessoas que já tinham autorização para deixar a faixa palestina mas ainda não o tinham feito.
Ao chegar no Brasil, uma parcela se reúne com familiares ou amigos. Outra, sem rede de apoio, tem sido direcionada a um abrigo para imigrantes e refugiados organizado pelo governo no interior paulista, em cidade não revelada para a segurança dos repatriados.
O Brasil também atuou para retirar brasileiros de Israel em uma sequência de voos que teve início pouco após o eclodir da atual guerra entre Tel Aviv e o Hamas, em 7 de outubro. Ao todo, somados aqueles que partiram do país e dos territórios palestinos ocupados -Gaza e Cisjordânia- foram repatriados até aqui mais de 1.500 pessoas.
A previsão é de que o novo grupo resgatado nesta quinta-feira chegue a Brasília no sábado (23), por volta das 8h do horário local. Eles serão transportados por uma aeronave da Força Aérea Brasileira, a FAB, que decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, nesta quinta.
Na aeronave, que tinha como destino o Aeroporto Internacional do Cairo, estava um carregamento de seis toneladas de purificadores de água e kits fotovoltaicos fornecidos pelo governo brasileiro e que serão repassados ao Crescente Vermelho Egípcio, organização responsável por fazer o transporte e a entrega dos insumos de ajuda humanitária que entram em Gaza.
Organizações internacionais têm reivindicado mais ajuda para a faixa de terra adjacente a Israel, onde a guerra se aproxima de três meses. Ao longo das últimas semanas, Tel Aviv intensificou os ataques aéreos e terrestres conduzidos no sul do território, alguns deles na cidade de Rafah, onde concentram-se muitos refugiados e muitos cidadãos que esperam poder cruzar para o lado egípcio e fugir do conflito armado.
Por ora não há planos estruturados de novas operações para retirar brasileiros de Gaza. Envolvidos no assunto explicam que aqueles que ficaram são, em sua maioria, residentes da faixa palestina e, portanto, com mais laços familiares e materiais com a região.
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