Feira de Santana Notícias 24h - O Fluminense de Feira deve apresentar nos próximos dias à Justiça Trabalhista uma proposta oficial para a quitação de débitos e, assim, evitar a execução da penhora do Centro de Treinamentos Nóide Cerqueira, localizado no bairro Novo Horizonte. A solução encontrada envolve a venda de 90% do CT para a SAF que atualmente administra o departamento de futebol do clube. A proposta será submetida à aprovação da assembleia geral de sócios e conselheiros e, caso validada, será formalizada junto à Justiça para impedir o leilão do imóvel.

A negociação foi detalhada em entrevista coletiva realizada na tarde da última segunda-feira (10), e contou com a participação de representantes da SAF e da Associação Fluminense de Feira. Segundo o advogado Thiago Matos, diretor jurídico da associação, o CT está penhorado desde 2020 devido a dívidas trabalhistas.

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O impasse e a tentativa de acordo

A proposta busca solucionar um impasse que surgiu em virtude do contrato entre a associação e a SAF, que previa o pagamento da dívida trabalhista em dez anos por meio do Regime Central de Execuções (RCE). No entanto, com a iminência da execução da penhora, a alternativa encontrada foi a venda direta do CT. Esse modelo foi acatado pelos credores e pela Justiça Trabalhista.

"Quando a diretoria assumiu o clube, um dos objetivos era fazer um acordo coletivo para evitar essa situação, independentemente da SAF. No entanto, a Justiça não aceitou o RCE, pois acordos anteriores não foram cumpridos, o que levou à penhora do CT", explicou o advogado Thiago Matos.

O advogado também ressaltou que, ao longo do processo de transformação do Fluminense em SAF, foi tentado um novo acordo, mas sem sucesso. "A SAF já vem investindo no local, cumprindo o contrato firmado com a associação. A venda direta se tornou a melhor solução para evitar a execução da penhora", completou.

A proposta para a Justiça

No início de março, uma assembleia geral discutiu o problema e buscou um consenso para a formulação da proposta que será apresentada à Justiça Trabalhista. O CEO administrativo da SAF, André Oliveira, classificou a proposta como justa para o momento do clube, que se prepara para a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Baiano.

"A própria Justiça sugeriu uma venda direta. Assim, a ideia é que a SAF compre o CT, continue investindo no espaço, e a associação permaneça como sócia da SAF com 10%. Além disso, a SAF pagará R$5 milhões à associação, doará dez tarefas de terra em outra localidade de Feira de Santana para usufruto da associação e garantirá um pagamento mensal de cinco salários-mínimos para a manutenção das despesas da entidade", explicou Oliveira.

A proposta será levada à assembleia novamente e, caso aprovada, será formalmente apresentada à Justiça Trabalhista a partir do próximo dia 17 de março.