A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, levantou uma proposta ousada: a saída dos clubes brasileiros da Conmebol e sua filiação à Concacaf, entidade que rege o futebol na América do Norte, Central e Caribe. A ideia surge como forma de protesto contra a falta de punições severas para casos de racismo em competições sul-americanas, um problema recorrente que voltou a atingir um jogador palmeirense na Libertadores Sub-20.

Embora pareça improvável, a sugestão encontra respaldo nos estatutos da Fifa, que já autorizou mudanças semelhantes, como a ida da Austrália para a Confederação Asiática e a participação de Israel nas competições da Uefa. No entanto, uma eventual migração brasileira teria impactos gigantescos, incluindo a saída da seleção das Eliminatórias Sul-Americanas, algo que dependeria de aval da CBF e da própria Fifa.

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Mesmo sem desfiliação formal, clubes poderiam buscar convites para torneios da Concacaf, como fizeram os mexicanos na Libertadores entre 1998 e 2016. Contudo, esse caminho também exigiria o aval da Fifa, que já negou pedidos similares no passado. O mais provável, portanto, é que a proposta sirva como instrumento de pressão sobre a Conmebol para endurecer punições contra atos racistas.

O episódio reacende o debate sobre a postura da Conmebol diante do tema. Leila criticou duramente a multa de apenas US$ 50 mil ao Cerro Porteño após ofensas racistas contra um atleta do Palmeiras, contrastando com sanções maiores por atrasos de times em campo. A presidente alviverde promete seguir na luta por mudanças, mas, por ora, a ideia de trocar de confederação segue mais como um alerta do que como um plano concreto.