A destituição do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, por meio de uma decisão judicial, levantou questões que agora estão sob análise rigorosa da Fifa e Conmebol. Caso essas entidades concluam que o processo não seguiu as regras estabelecidas, não descartam a possibilidade de uma intervenção na entidade brasileira. Apesar disso, asseguram que a participação do Fluminense no Mundial de Clubes, com estreia marcada para 18 de dezembro, está garantida.

Conforme os regulamentos da Fifa e Conmebol, a administração das federações nacionais não pode sofrer interferência de terceiros, conforme estabelecem os artigos 14 e 19 da federação internacional. Na última quinta-feira (7), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, indicando a necessidade de um interventor para a entidade, sendo escolhido o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz.

Nos próximos dias, Fifa e Conmebol irão analisar a decisão, examinando o contexto e os envolvidos para determinar se houve interferência externa. Caso essa possibilidade seja confirmada, ambas as entidades internacionais poderão aplicar uma punição administrativa, assemelhando-se à situação enfrentada pela Federação Argentina de Futebol (AFA) em 2016. Durante uma crise política, a Fifa interveio nomeando um Comitê Normalizador, composto também por dirigentes da Conmebol, que gerenciou a entidade argentina por 251 dias. Durante esse período, os estatutos foram reformados, e uma nova eleição foi convocada, resultando na vitória de Chiqui Tapia em 30 de março de 2017, cargo que ele ocupa até os dias atuais.