Conmebol erra feio e ignora tragédia no Chile
Morte de torcedores expõe despreparo da entidade sul-americana
Uma noite que deveria ser de futebol virou capítulo sombrio da história da Libertadores. No Estádio Monumental de Santiago, o duelo entre Colo-Colo e Fortaleza foi interrompido por cenas lamentáveis: invasão de campo, correria e a confirmação da morte de dois jovens torcedores fora do estádio. Diante disso, o futebol perdeu totalmente o sentido — mas a Conmebol insistiu em fingir que ainda havia jogo a ser jogado.
Aos 24 do segundo tempo, o gramado virou terra sem lei. Torcedores do Colo-Colo invadiram o campo, jogadores do Fortaleza correram para os vestiários, e o caos se instalou. Enquanto a segurança tentava agir, chegavam as informações das mortes lá fora — um de 13, outro de 18 anos, atropelados por uma viatura da polícia. Mesmo assim, a Conmebol relutou em cancelar a partida, demonstrando total desconexão com a gravidade do momento.
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Foram quase duas horas de espera, com atletas confinados, enquanto dirigentes alimentavam a ilusão de que o espetáculo poderia continuar. Um protocolo frio, que falhou onde deveria haver humanidade. O futebol, naquele momento, já havia perdido o seu propósito, mas a entidade manteve o teatro do "vamos aguardar" por tempo demais.
Faltou sensibilidade, sobrou burocracia. A tragédia exigia luto, respeito e ação rápida — não um cronômetro contando 45 minutos. Quando se coloca o protocolo acima da vida, a essência do esporte se esvai. A Conmebol precisa rever seus conceitos, porque nessa noite, quem mais sofreu foi o futebol. E não há VAR que apague essa falha.
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