Céline Haidar: o sonho interrompido por uma guerra sem razão
Atleta libanesa, símbolo de luta, segue em coma após bombardeio
No auge de seus 19 anos, Céline Haidar estava a poucos passos de realizar um dos maiores sonhos de sua vida: capitanear o time feminino da Beirut Football Academy (BFA) e representar a seleção libanesa em competições internacionais. Mas o que deveria ser uma trajetória de conquistas foi brutalmente interrompido por um ataque aéreo em Beirute, deixando a jovem em coma, vítima de uma hemorragia cerebral e lesões graves na cabeça.
O Líbano, marcado por décadas de instabilidade, novamente vê seus filhos mais promissores pagando o preço de uma guerra que não pediram. Céline, uma atleta disciplinada e talentosa, simboliza o impacto devastador do conflito na juventude de seu país. "Minha filha é uma heroína. Ela vai se levantar e jogar novamente", declarou a mãe, Sanaa Chahrour, entre lágrimas, segurando firme a esperança de que sua filha volte a sorrir e a brilhar nos gramados.
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Treinadores, colegas de equipe e familiares descreveram Céline como uma "lutadora em campo" e fora dele. Desde os primeiros passos na BFA até a conquista do campeonato WAFF Sub-18 em 2022, a jogadora sempre demonstrou determinação. Seu técnico, Samer Barbari, destacou: "Ela era o elo entre a defesa e o ataque, uma jogadora excepcional." Agora, esse mesmo espírito é sua maior arma para superar o coma e os traumas deixados pelo bombardeio.
Em meio ao luto e à indignação, Céline se torna um símbolo de resistência. Seu caso ecoa a dor de um país e de tantos outros atletas que têm suas carreiras interrompidas pela violência. O futebol libanês, abalado, parou. Mas o desejo de Céline de "ser como Messi ou Ronaldo" ainda ressoa, não apenas nos campos, mas no coração de todos que acreditam que o esporte é mais forte do que qualquer guerra.
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