Demetrious Johnson e os desafios financeiros no UFC
Ex-campeão reflete sobre carreira e elogia mudança para o ONE Championship
O mundo do MMA se despediu de Demetrious Johnson em setembro, mas não sem reflexões contundentes sobre sua trajetória. O "Mighty Mouse", lenda peso-mosca do UFC, revelou sua frustração ao calcular o retorno financeiro de uma carreira marcada por 11 defesas consecutivas de título entre 2012 e 2018. Em suas próprias palavras, o saldo foi desanimador, o que reforça o debate sobre a remuneração dos atletas no esporte.
Johnson não poupou críticas ao modelo financeiro do UFC, que destina apenas 16% a 20% da receita total aos lutadores, percentual bem abaixo de outras grandes ligas como NFL e NBA, onde os atletas ficam com cerca de 50%. O contraste não passou despercebido pelo ex-campeão, que classificou sua transferência para o ONE Championship como "a melhor decisão de carreira". "No UFC, mesmo sendo campeão, eu fiquei arrasado ao perceber quanto realmente ganhei. O ONE mudou minha vida", confessou.
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Mesmo com críticas, Johnson reconheceu o papel do UFC em sua consagração. A organização o projetou ao estrelato e pavimentou o caminho para sua entrada no Hall da Fama. Ainda assim, o lutador destacou a precariedade vivida por colegas menos conhecidos, que, segundo ele, enfrentaram condições ainda mais difíceis no octógono. "Se eu, campeão, me senti assim, imagine o que outros atletas da divisão enfrentaram", ponderou.
Hoje aposentado, Johnson celebra uma segunda fase no ONE, onde se mantém ativo na construção da marca e dos novos talentos da organização. Em um esporte que exige tanto fisicamente quanto emocionalmente, o norte-americano deixa uma lição: a glória nos ringues também deve vir acompanhada de justiça fora deles. A voz de Johnson ecoa como um chamado à mudança, ao mesmo tempo em que marca o adeus de uma das figuras mais respeitadas do MMA global.
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