Aos 17 anos, Lúcio Flávio de Paula Filho deixou sua marca como um dos grandes destaques dos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024. O jovem nadador paulista brilhou com sete medalhas de ouro, dominando as provas de 50m e 100m borboleta, além de revezamentos. Mais do que o talento, Lúcio é símbolo de uma luta que transcende o esporte: ampliar a representatividade de nadadores negros no Brasil e nas piscinas olímpicas.

"Realizei muitos sonhos este ano, mas sei que é só o começo. Quero levar adiante essa trajetória, conquistar uma medalha olímpica e inspirar outros jovens negros a acreditarem no seu potencial", declarou o atleta, que já garantiu vaga para estudar na Universidade de Tennessee, nos Estados Unidos. No Dia da Consciência Negra, quando conquistou seu último ouro em João Pessoa, Lúcio destacou o orgulho de representar sua comunidade e reforçou a necessidade de mais oportunidades no esporte.

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A realidade exposta por Lúcio é clara: a natação ainda é pouco acessível. O jovem cobra mais infraestrutura para democratizar o esporte no Brasil. "Precisamos de mais piscinas públicas. Muitas vezes, só quem pode pagar um clube consegue praticar natação. Toda escola deveria ter uma piscina para dar chance a novos talentos", enfatizou. A crítica ganha eco em nomes como Sérgio Silva, coordenador da natação nos Jogos da Juventude, que já revelou o medalhista olímpico Edvaldo Valério, de Salvador, único nadador negro brasileiro a subir ao pódio olímpico até hoje.

Enquanto Lúcio Flávio celebra seu sucesso e traça metas ambiciosas, ele também inspira outros jovens talentos a romper barreiras. Ao lado de promessas como Kauã Pereira, de São Paulo, e Paulo Vítor Jesus, do Maranhão, Lúcio representa uma nova geração pronta para transformar o cenário da natação brasileira. O brilho do jovem é mais do que esportivo: é um marco para um país que busca, nas águas e fora delas, superar desafios e construir um futuro mais igualitário.