Atendendo a um público de aproximadamente 415 estudantes de 4 a 13 anos de idade, a Escola João Paulo II abrange as séries da Educação Infantil, G4 e G5, e do Ensino Fundamental I do 1º ao 5º ano, oriundas das classes populares dos bairros, Queimadinha, São João, Caseb, Conceição, Mangabeira, Aviário e outros, a Escola João Paulo II obteve a segunda maior nota no último IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), realizado em 2019 de toda a rede municipal de ensino, ficando atrás apenas do Centro de Educação Básica da Uefs, que obteve 7,2.

"Alcançamos esse índice com estudo e planejamento", disse a gestora da unidade, Ana Célia Tanure. Ela explica que, para que os estudantes possam enfrentar uma Prova SAEB, além do domínio dos conteúdos, "precisam desenvolver competências de leitura e interpretação, se familiarizar com a estrutura da prova, além de estarem preparados emocionalmente para enfrentar uma avaliação que não é costumeira na escola. Isso exige do professor conhecimento e planejamento de ações que deem conta de todo esse processo".

Apesar do bom desempenho da escola, a professora Tanure enxerga os dois lados da moeda. "Para a escola, o IDEB serve de termômetro sobre as competências de leitura, interpretação e raciocínio lógico dos alunos. Mas, quando é usado para ranquear as escolas torna-se extremamente cruel, visto que cada escola, cada região tem especificidades que impactam no seu resultado e a prova não as levam em consideração", pontua a gestora.

Além dessa, ela aponta outra necessidade que em sua opinião já deveria ter virado lei no município, pois conhece de perto a importância da família na construção do caráter e da personalidade do estudante, a diretora defende que "precisamos de uma lei municipal que garanta tempo livre, dentro do horário de trabalho, para que os pais compareçam à escola a fim de acompanhar seus filhos. Muitos pais demonstram dificuldades de conseguir esse tempo do seu empregador para estarem na escola", sugere a professora explicando que a João Paulo II tem se esforçado ao máximo para manter essa conexão viva.

Sobre o futuro da educação pública, ela concluiu dizendo: "Acredito que se o investimento acontecer em formação continuada e valorização do professor, principalmente, que é o principal sujeito do processo de ensino e aprendizagem, além da renovação das estruturas físicas e tecnológicas, seja possível, no futuro, ver avanços na qualidade da rede municipal de ensino".

O IDEB é calculado a partir do resultado obtido e classificado em uma escala de 0 a 10, com base em dados de aprovação obtidos pelo Censo Escolar a cada ano e as médias de desempenho dos estudantes em provas de português e de matemática no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Quanto maior for o desempenho dos estudantes, maior será sua nota no IDEB.