Luta contra suicídio não acaba quando Setembro Amarelo termina
Campanha reforça a importância de procurar ajuda em momentos de sofrimento
O suicídio é a segunda causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, os últimos anos registraram aumento no número de tentativas e mortes por suicídio. Visando a luta pela vida e através da solidariedade auxiliar aqueles que reconhecem que pedir ajuda é um ato de coragem, existem centros de acolhimento prontos para atender as pessoas e dar a elas uma esperança. A última matéria da série de reportagens do Jornal Folha do Estado sobre o Setembro Amarelo reforça a importância de procurar ajuda em momentos de sofrimento.
"Cada suicídio afeta e muito as pessoas que ficam. Isto é um problema de saúde pública. Dentre os pacientes internados, o número de tentativas é de três a cinco vezes maior do que na população como um todo. Infelizmente, poucos casos chegam aos serviços de saúde. Reduzindo as possibilidades de assistência especializada ao sujeito em sofrimento", explica a psicóloga Lara Ramos.
Segundo estimativas da OMS, o suicídio é uma das principais ocorrências de óbito em todo o planeta. Em uma comparação, mais pessoas morrem de suicídio do que de HIV, homicídio, malária e câncer de mama. Estudos apontam que quase a totalidade dos óbitos por suicídio estão associados a um transtorno psiquiátrico que não foi tratado adequadamente ou sequer identificado e acompanhado. Por isso, a campanha Setembro Amarelo busca conscientizar a população sobre a importância da identificação e tratamento corretos das doenças mentais, visando contribuir para a redução desses números alarmantes.
CVV
Apoiar pessoas que estão fragilizadas psicologicamente para ajudá-las a superar suas angústias e evitar que cheguem a atos extremos, como tirar a própria vida. Essa é a missão do Centro de Valorização à Vida (CVV), que atua em Feira de Santana desde 2018.
"Nós somos treinados justamente para conseguir fazer essa audição empática, poder ouvir as pessoas com compreensão, respeito, aceitação e permitir que aquela pessoa tire essa pressão interna e possa junto com um voluntário pensar em soluções", contou Carlos Eduardo Laterza de Oliveira, voluntário de uma unidade do CVV.
O CVV é uma sociedade sem fins lucrativos que presta apoio emocional a indivíduos com conflitos pessoais e familiares e de acordo com a coordenadora da instituição em Feira, Maria Bernadete Farias Costa, a missão é bem clara. "A proposta do CVV é entender o ser humano como um ser capaz, respeitando a sua história. O Centro surgiu na década de 1960, quando o Brasil passava por muitas mudanças revolucionárias, e as pessoas com conflitos passaram a procurar ajuda para tratar seus problemas que podem acometer suicídio", destacou.
O Centro atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. As chamadas podem ser feitas por telefone fixo, orelhão ou celular através do 188. O CVV oferece total sigilo de identidade.
Voluntariado
Além de oferecer apoio emocional aos necessitados, o CVV também oferece a oportunidade de voluntariado para atendimento e outros setores da organização. Para ser um voluntário é necessário ter mais de 18 anos, pelo menos quatro horas disponíveis por semana e participar de um curso gratuito de preparação de voluntários em uma das sedes ou no ambiente virtual.
O cadastramento para voluntariado também pode ser feito pelo site do CVV. Após o preenchimento do formulário, as equipes responsáveis entrarão em contato para a realização do treinamento que visa preparar as pessoas para ajudarem quem procura por ajuda ou apoio emocional.
Além do CVV existem outros locais em Feira de Santana onde se pode encontrar atendimento psicológico online e grátis.
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