Combate ao AVC: segundos que fazem a diferença
Neurologista alerta para a importância do atendimento nos primeiros momentos pós derrame
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença cerebral que mata mais de 100 mil pessoas por ano no Brasil. O AVC ou derrame é quando ocorre o entupimento de uma veia ou uma artéria dentro da cabeça dificultando a passagem do sangue para o cérebro. Segundo o Ministério da Saúde, a doença é o motivo mais comum de morte na população adulta no Brasil, ficando na 4ª posição no ranking da taxa de mortalidade entre os países latino-americanos e o Caribe e a estimativa é que em 2018 a incidência seja de 18 milhões de caso em todo o mundo.
O neurologista da Cia. da consulta, Moises Antônio de Oliveira, afirma que é importante saber que o AVC tem tratamento. "A partir do momento em que o paciente apresenta os primeiros sintomas, procure imediatamente o pronto socorro mais próximo. Quanto mais rápido for o atendimento, maiores são as chances de tratamento", alerta. "Qualquer dificuldade de mexer um lado do corpo, ou ter a fala dificultada e a boca torta, é um motivo para ficar alerta, pois é possível reverter o quadro e evitar sequelas que podem gerar danos incuráveis", acrescenta.
Vale citar que existem dois tipos de AVC: o isquêmico, quando ocorre esse entupimento nas veias; e o hemorrágico, quando a veia estoura e o sangue se espalha pelo cérebro. As causas do hemorrágico podem ser a pressão alta constante, situação que a veia não aguenta e estoura, ou devido ao quadro de aneurisma, onde a parede do vaso está mais fragilizada, ficando fácil de se romper e estourar.
SINTOMAS
Entre os principais sintomas estão a dificuldade de locomoção, principalmente de um lado do corpo, como por exemplo um braço e uma perna fraca ao mesmo tempo, a dificuldade para conseguir falar e a boca torta. Também existem sinais menos comuns como uma tontura que começa sem motivos aparentes, vômitos e dores de cabeça. Fique atento aos sintomas: Na visão: perda temporária da visão em um dos olhos, visão embaçada ou dupla visão; No corpo: tontura, formigamento, dormência no rosto, fraqueza muscular, dificuldade para caminhar paralisia com músculos fracos, paralisia de um lado do corpo; Na fala: Perda ou dificuldade de fala; Incapacidade de falar ou entender o próprio idioma;
FATORES DE RISCO
Segundo o neurologista, o tabagismo e a diabetes fazem parte dos fatores de risco, mas que grande parte da sociedade não sabe que está atrelado ao AVC. Além disso, o entupimento das veias pode ocorrer de várias formas: o paciente pode ter um problema como colesterol ou pressão alta, por exemplo, o que pode levar à formação mais fácil de placas de colesterol dentro das veias e artérias da cabeça favorecendo seu entupimento; pode apresentar uma arritmia no coração, formando coágulos que podem subir para a cabeça por conta do fluxo do sangue, entupindo uma veia ou artéria; ou pode ter uma placa de gordura na região do pescoço, que dependendo do seu tamanho pode soltar um pedaço o qual pode subir pela corrente sanguínea e entupir uma veia do cérebro.
Para diminuir os fatores de riscos, o paciente deve cuidar do colesterol, controlar o peso e a pressão arterial, não fumar e não usar drogas. O objetivo da campanha de Combate ao Acidente Vascular Cerebral é mostrar para as pessoas os fatores de risco de um derrame e sobretudo alertar sobre a agilidade nos primeiros atendimentos pós derrame. "É necessário garantir que o tecido do cérebro fique o mínimo possível com essa veia entupida e sem oxigênio, pois ao garantir a volta da circulação do cérebro, sabemos que o paciente pode se recuperar. O tecido cerebral pode ficar sem o oxigênio por 4 horas em média, tempo que o médico tem para tentar salvar o paciente", ressalta Moises. Fique atento aos sinais! Procurar ajuda rápida é crucial para evitar sequelas e salvar vidas
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