Eleições: 'Depois de tantos anos, Zé Neto merece uma oportunidade', diz Rui Costa em Feira
Ministro da Casa Civil reforçou a parceria dos governos federal e estadual com uma eventual gestão de Zé
Em visita a Feira de Santana, na manhã deste sábado (28), para participar de uma grande caminhada ao lado do candidato a prefeito de Feira de Santana pelo PT, Zé Neto, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou, em coletiva de imprensa, a parceria e o compromisso dos governos federal e estadual com o município, caso haja uma vitória do deputado nas próximas eleições de 6 de outubro.
"Eu só acho que depois de tantos e tantos anos, Zé Neto merece uma oportunidade. O presidente Lula e o governador Jerônimo merecem uma oportunidade de fazer uma parceria forte com Feira de Santana. Eu não tive essa oportunidade. Pedi, mas não tive, quando fui governador. Porque quando você lança um programa, a exemplo da universalização das creches, e Lula disponibilizou 1.100 creches para o país, esse programa só ganha concretude, só acontece no município se o prefeito ou prefeita quiser. O presidente lançou a proposta de policlínicas, ou o governador e o prefeito de uma grande cidade quer, ou não vai acontecer. Quando o presidente diz que quer universalizar o acesso à saúde, se o prefeito não quiser, as coisas não vão acontecer. Fiz uma reunião essa semana e a contratação do Minha Casa, Minha Vida está muito adiantada no setor privado, os estados e municípios estão um pouco mais atrás, e o estado que está com uma melhor execução no país é a Bahia. Acho que quando o governador e o prefeito se empenham, as coisas acontecem para a população. A mesma coisa o inverso", afirmou.
Falta de diálogo
Rui Costa criticou a gestão do prefeito Colbert Martins da Silva, que segundo ele, não dialoga com o governo do estado e mantém a cidade em estado de total abandono.
"Cheguei aqui em Feira hoje, e o aspecto é de abandono. Passei por um ginásio e é só mato. Toda vez que eu venho aqui em Feira me dá angústia, porque está uma cidade abandonada, sem planejamento, sem cuidado. E tem condição, pelo seu tamanho e posição estratégica de ser uma referência para a Bahia e o Brasil, de ser um símbolo de planejamento, de iniciativa. Quem está sentado na cadeira não pode se acomodar e achar que se isolar é o melhor remédio. O governador de São Paulo, que é de um partido diferente, toda hora está em Brasília se reunindo com o presidente Lula, e estamos falando do estado mais rico do Brasil. Então não pode você pregar o isolamento em nome de um feudo. Feira pode e merece mais, ser uma cidade bonita, bem conservada, limpa, é toda cheia de mato, é um desprezo pela cidade, e eu acho que chegou a hora de virar a página, de dar uma oportunidade a essa parceria", avaliou o ministro da Casa Civil.
Viabahia
O ministro da Casa Civil informou também que após o fim do contrato com a concessionária Viabahia, responsável pela manutenção das BR-324 e 116, em Feira de Santana e região, o governo federal dará início às obras de recuperação das rodovias já em janeiro.
"Trabalhei neste 1 ano e 9 meses buscando uma solução e não conseguimos, e por isso disse a eles na última reunião: sinto muito, mas se vocês não vão apresentar uma proposta é melhor saírem. E eles concordaram. Então, neste período, não podemos fazer obras na estrada porque a lei não permite, é uma estrada sob concessão e não podemos entrar com recurso público para fazer obra nestes três meses. O ministro Renan Filho (dos Transportes) já mandou uma equipe para fazer um levantamento técnico, para em janeiro entrar com o recurso do governo federal e vamos fazer um volume grande de investimentos, principalmente na BR-324. Se comparar a 324 com a BR-116, as duas sob concessão da Viabahia, a BR-324 está muito pior do que a 116. Então vamos entrar já em janeiro com força total, com obras, e vocês vão ver em seis ou oito meses mudar o padrão de qualidade da rodovia", informou.
Caos na saúde
Questionado sobre o caos que a cidade vem enfrentando na saúde, na esfera municipal, o ministro Rui Costa se posicionou dizendo que é preciso mais diálogo e investimentos para atender os interesses da população.
"Feira é uma cidade grande, uma das maiores do país, pela sua posição logística que atrai população do seu entorno e vem buscar em Feira os serviços. A cidade tem que se preparar para sua vocação, que é de polo regional de educação, polo regional de saúde e serviços, e isso não pode ser feito apenas pelo governo do estado. Fizemos o novo HGE, Upas, Policlínicas, ampliamos o Clériston, o Hospital da Criança, uma maternidade separada no HEC, mas é preciso que o município também faça sua parte, não só de investimentos, mas também de diálogo, para definir uma estratégia de articulação e ação. Por exemplo, na última eleição, o município cancelou todos os contratos que tinha com o setor privado na área de cirurgia, com o objetivo claro e nítido de entupir o Clériston de gente. Essa é uma estratégia que tem se pautado nos últimos anos mais pela disputa política e partidária do que de cuidado com o povo de Feira. Na saúde o que tem é um sistema em que o ente federal, estadual ou municipal tem que dialogar e se entender para a qualidade do serviço ser boa", revelou.
PAC
O ministro Rui Costa destacou que, após o período das eleições, vai buscar juntos aos estados acelerar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assim como o Contorno de Feira de Santana.
"A novidade é que já fizemos a seleção e estamos fazendo reuniões para acelerar as obras. Tem uma obra importante, que é o que todos esperam que é o Contorno de Feira de Santana, nós vamos iniciar ela em breve. É uma das obras aqui mais importantes para mobilidade urbana e as outras obras estamos monitorando. Agora, passada a eleição, vamos intensificar as viagens pelo país, para me reunir com os prefeitos e governadores para acelerar as obras. Nós já estamos com a execução financeira do PAC, com 34% de execução financeira, e queremos avançar também a execução física das obras."
Queimadas criminosas
Também durante a coletiva, Rui Costa deu um parecer sobre a situação das queimadas por todo o Brasil, e classificou a maioria dos eventos como criminosos.
"Os incêndios dentro das áreas estaduais e dentro das áreas privadas. Independente de ser ou não responsabilidade, o que nós estamos fazendo, eu pessoalmente, desde abril, junto com a ministra Marina, é articular um comitê permanente com os governadores e o setor privado, no sentido de buscar iniciativas para poder combater os incêndios. Essa semana mesmo eu iniciei uma série de reuniões com os governadores, e a primeira reunião que fizemos foi com o governador do Amazonas, justamente para prestar todo o apoio, fazer um aporte financeiro, justamente para compensar o número de horas extras dos bombeiros, reforçar a contratação de mais brigadistas, pelos governos estaduais, para que a gente possa conter. Por outro lado, é unanime entre o setor privado, entre os governadores e o governo federal, que uma parte das queimadas, uma parte considerável, é incêndio criminoso, seja para destruir o patrimônio das pessoas, seja porque elas querem limpar terrenos para poder ocupar, a exemplo das grilhagens."
Ele citou que, em Brasília, em dois locais que pegaram fogo, algumas pessoas foram presas e confessaram que foram contratadas para tocar fogo.
"Eles confessaram que ali seria feito construção de casas. Você pega área pública, seja ela estadual ou federal, queima e depois tenta ocupar com uma invasão ou projeto habitacional, e também fazendeiro ocupando área que não lhe pertence para poder um dia tentar regularizar e ficar com essa área. Então estamos atuando também com a Polícia Federal e pedindo aos governadores para atuar com as polícias civis e estaduais", garantiu.
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