Putin admite negociar com Ucrânia, mas incentiva golpe militar no país vizinho
Vladimir Putin disse que os militares ucranianos deveriam tomar o poder
Pouco mais de 24 horas após atacar a Ucrânia por três frentes (terra, ar e mar), o governo da Rússia afirmou estar pronto para enviar uma delegação, e que incluiria a presença de funcionários do Ministério das Relações Exteriores e da Defesa, a Minsk, capital belarussa, para conversas com a Ucrânia. Quem disse isso foi o próprio porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agências de notícias russas, nesta sexta-feira (25), acrescentando que a desmilitarização da Ucrânia seria uma parte essencial da negociação.
Pouco antes, o governo da Ucrânia afirmou que está pronto para conversas com a Rússia, inclusive sobre o status neutro em relação à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança que tem papel importante na disputa entre os dois países.
"Se as conversações forem possíveis, elas devem ser realizadas. Se em Moscou eles dizem que querem manter conversações, inclusive sobre o status neutro, não temos medo disso", disse Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial ucraniano à agência de notícias Reuters.
"Nossa disponibilidade para o diálogo é parte de nossa persistente busca da paz", acrescentou Podolyak.
Apesar das declarações do porta-voz Peskov, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que os militares ucranianos deveriam tomar o poder, sugerindo a derrubada do presidente Volodymyr Zelensky. Em discurso na TV, Putin disse que será mais fácil para eles se os militares tomarem o poder. No mesmo vídeo, ele chama Zelensky e os membros de seu governo de "gangue de viciados em drogas e neonazistas".
Otan
A Ucrânia atualmente não faz parte da Otan nem da União Europeia, embora queira aderir a ambas, o que desagrada a Moscou.
A Rússia e a Ucrânia vivem uma antiga história de conflitos. Ao longo dos séculos, a Ucrânia, uma ex-república soviética, fez parte de impérios, sofreu inúmeras invasões, foi incorporada pelos russos e pelos soviéticos, se tornou independente, mas nunca resolveu por completo sua relação com a Rússia.
2º dia de guerra
O segundo dia da guerra na Ucrânia começou com registros de explosões na capital, Kiev, ainda na madrugada sexta-feira (25), por volta das 4h40 (horário local).
Segundo a agência Reuters, uma das explosões estava relacionada a um avião russo que teria sido abatido pelo sistema de defesa antiaérea da capital ucraniana.
O Ministério da Defesa da Ucrânia pediu à população do distrito de Obolon, próximo à capital Kiev, que preparem coquetéis molotov, uma espécie de bomba caseira feita com algum tipo de combustível, para ajudarem no enfrentamento às tropas russas.
O conflito que começou na madrugada de quinta-feira (24) é o maior ataque entre países europeus desde a 2ª Guerra. Putin justificou a invasão como uma medida para proteger separatistas no leste. A ONU pediu que ele recue e Joe Biden disse que guerra será catastrófica.
A última atualização é de que ao menos 137 pessoas morreram e outras 316 ficaram feridas na Ucrânia após os ataques russos, segundo o ministro da Saúde da Ucrânia, Oleh Lyashko.
Como foi o primeiro dia da guerra:
A Rússia invadiu a Ucrânia e atacou por terra, pelo ar e pelo mar no leste norte e sul do país.
Ataques atingiram Kiev e Kharkiv, maiores cidades do país e milhares de pessoas tentaram fugir.
Russos tomaram a região de Chernobyl, onde há um depósito de resíduos nucleares.
Putin disse que quem interferir verá "consequências nunca antes experimentadas na história".
Joe Biden anunciou um pacote de sanções e disse que Putin queria uma nova União Soviética.
A União Europeia também impôs sanções a bancos, estatais e setores de energia e transporte.
Macron ligou para Putin, mas disse que não teve resultado e que Putin 'escolheu a guerra'.
Protestos contra a guerra aconteceram pelo mundo e até na Rússia, onde foram reprimidos.
No Brasil, Bolsonaro desautorizou uma fala de Mourão contra a invasão da Ucrânia, mas não disse o que pensa sobre a guerra. O Itamaraty não tem plano de resgate de brasileiros.
Com informações do G1.
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.