O fisiculturismo natural, embora muito celebrado nos últimos anos, traz consigo questionamentos sobre os limites de seu impacto na saúde dos atletas. A prática, que não utiliza esteroides anabolizantes, é apontada por especialistas como uma opção mais saudável. Para o médico Paulo Muzy, a musculação sem o uso de hormônios exógenos pode ser considerada "o único esporte saudável", uma vez que respeita os limites naturais do corpo e oferece benefícios a longo prazo, como fortalecimento muscular essencial para a saúde na velhice.

Porém, mesmo na vertente natural, os desafios não são poucos. Atletas de alto rendimento, como a fisiculturista Liane Barbosa Cavalcante, enfrentam complicações devido ao intenso regime de treinamentos e dietas restritivas. Liane compartilha sua experiência com problemas hormonais após um ano consecutivo de competições, o que afetou drasticamente seu eixo hormonal, tornando sua testosterona extremamente baixa. Casos como o dela indicam que, mesmo sem hormônios exógenos, a preparação intensa pode gerar danos à saúde do atleta.

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A relação entre fisiculturismo e saúde é, portanto, um campo de debate constante. Muzy adverte que, independentemente do uso de esteroides, o excesso de esforço para alcançar altos níveis de performance pode levar a lesões e problemas hormonais. Segundo o médico, o uso de esteroides "maquia" os danos causados, mas também pode agravar os riscos em longo prazo. O fisiculturismo, mesmo natural, não está livre de consequências.

Em última análise, tanto o fisiculturismo natural quanto o hormôniado apresentam riscos à saúde. O foco, conforme os especialistas, deve ser a conscientização de que a busca pela alta performance, sem respeito aos limites do corpo, é prejudicial. "Nenhum esporte é 100% saudável", conclui Muzy, reforçando a necessidade de equilíbrio e cuidado com o corpo no caminho do alto rendimento.