O futebol brasileiro sempre foi um campo fértil para expectativas elevadas e, muitas vezes, irreais. No atual cenário, após a seleção goleando equipes como Chile e Peru, surge uma onda de otimismo que pode ser mais prejudicial do que benéfica. Essa euforia repentina tende a criar uma visão distorcida sobre o desempenho real do time, levando a uma expectativa acima da realidade que, com certeza, pode resultar em frustração nas próximas competições.

No contexto dos clubes, a história se repete. O Flamengo, por exemplo, vive uma fase de expectativa inflacionada após o sucesso em 2019. Com a crença de que um elenco repleto de estrelas garantirá vitórias automáticas, qualquer tropeço acaba sendo atribuído ao técnico, que se torna o bode expiatório das frustrações coletivas. Essa dinâmica reflete a necessidade de manter os pés no chão, mesmo quando os resultados aparentam ser promissores.

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Por sua vez, Tite, um treinador de método, enfrenta o desafio de equilibrar uma equipe que, em muitos momentos, se torna previsível. Sua abordagem, embora eficiente, carece de respostas rápidas em situações imprevistas, revelando uma limitação comum entre treinadores que, em situações de pressão, muitas vezes falham em se reinventar. Essa previsibilidade pode levar a um ciclo vicioso de desconfiança, onde o sucesso é visto como garantido e o fracasso, como uma catástrofe.

Finalmente, é fundamental que a mentalidade no futebol brasileiro evolua, permitindo que os torcedores e atletas reconheçam que sonhos e aspirações devem coexistir com uma avaliação realista das capacidades e limitações das equipes. Apenas assim, poderemos construir um ambiente mais saudável, onde a busca pela excelência não seja ofuscada pela ilusão de resultados fáceis.