O Cruzeiro tropeçou mais uma vez, e dessa vez em casa, diante de um adversário que poucos apostariam contra: o equatoriano Mushuc Runa. A derrota por 2 a 1, nesta quarta-feira (9), no Mineirão, escancarou a crise técnica vivida pelo time celeste sob o comando do português Leonardo Jardim. Em coletiva, o treinador não se escondeu: chamou a responsabilidade para si e reconheceu que o time está longe do que se espera em uma competição continental.

Com apenas uma vitória em seis jogos oficiais, o técnico fez um balanço sincero do momento: "Não conseguimos competir nos duelos. E quando se perde assim, a responsabilidade é minha". A postura é louvável, mas não apaga o incômodo da torcida com um time que tem sofrido gols em todos os 13 últimos jogos e pouco consegue reagir ofensivamente. Em números: são quatro derrotas, dois empates e apenas um triunfo desde sua chegada.

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Para piorar o cenário, o clube vive dias conturbados fora de campo. O dono da SAF, Pedro Lourenço, fez duras críticas à gestão de futebol, admitindo erros nas contratações e cobrando mudanças. Jardim, com serenidade, não fugiu do assunto. "O clube é dele, ele fala com o coração. Mas somos nós, os profissionais, que temos que mostrar outra postura dentro de campo".

O que se viu no Mineirão foi um Cruzeiro apático, batido na bola e nos nervos. A Sul-Americana começa a se distanciar, e se nada mudar – nem dentro nem fora das quatro linhas – o torcedor pode se preparar para mais uma temporada de frustrações. O elenco tem qualidade, mas falta alma. E, convenhamos, camisa pesada sozinha não ganha jogo.