A obesidade, frequentemente rotulada como um problema estético, revela-se uma batalha multifacetada que desafia milhões de pessoas no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 650 milhões de adultos enfrentam esta condição crônica, que desencadeia um efeito dominó de problemas, desde diabetes tipo 2 até doenças cardiovasculares e até câncer. E, como se não bastasse, a saúde mental é uma vítima silenciosa, arrastada pelo peso do estresse, da ansiedade e da discriminação.

Curiosamente, o "hormônio do estresse", o cortisol, surge como um ator central nesta trama. Ele redistribui o tecido adiposo para o abdômen, estimula a fome por alimentos calóricos e cria um ciclo vicioso de ganho de peso e mais estresse. Essa interação entre biologia e comportamento reflete uma sociedade que consome mais açúcar e dorme menos, alimentando um problema que não se restringe à balança.

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Além disso, o conceito de alimentação emocional lança luz sobre como emoções negativas moldam hábitos alimentares. É um ciclo cruel: o estresse mina o autocontrole, o apetite aumenta, e o peso cresce, alimentando novos sentimentos de culpa e isolamento. Conforme o psiquiatra Higor Caldato aponta, a obesidade é, ao mesmo tempo, causa e efeito de transtornos emocionais como ansiedade e depressão, destacando a necessidade de apoio médico e psicológico para quebrar esse ciclo.

Por fim, a obesidade não se limita ao impacto individual; ela reflete um problema coletivo. Desde a discriminação social até a falta de acesso adequado a cuidados médicos, as barreiras externas se acumulam como pesos adicionais para quem já luta contra o próprio corpo. A superação desse desafio requer mais do que mudanças individuais — precisa de políticas públicas robustas e empatia social para transformar o estigma em solidariedade.