Negros podem ter mais riscos de desenvolver câncer de próstata

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Negros podem ter mais riscos de desenvolver câncer de próstata

Estudo comparou a eficácia da vigilância ativa em pacientes de diferentes raças 

Crédito: Divulgação

Diversos estudos apontam que homens negros têm mais riscos de desenvolver câncer de próstata. Além disso, os tumores parecem ser mais agressivos nestes pacientes. Um estudo realizado em 2020 e publicado no Jama Network comparou a eficácia da vigilância ativa em pacientes de diferentes raças. O número de afro-americanos que tiveram progressão da doença foi 11% maior do que o de homens brancos que também lidaram com esse problema num período de 7,6 anos.

Entretanto, neste estudo, a mortalidade em decorrência do câncer de próstata foi menor entre os homens negros do que os de outras raças. Os motivos ainda não são certos e podem estar relacionados a um acompanhamento mais minucioso desses pacientes, por fazerem parte de uma investigação clínica. Afinal, outros estudos apontaram justamente o contrário: homens negros têm duas vezes mais chances de morrer de câncer de próstata do que aqueles de outras raças.

Pedro Romanelli é urologista com ênfase em cirurgia robótica e explica sobre o tema. "As diferenças parecem sustentar a teoria de que devemos acompanhar mais de perto a incidência e progressão do câncer de próstata em homens negros. Inclusive, pouquíssimos estudos envolvendo a vigilância ativa incluíram pacientes negros", disse.

"Já é consenso entre a comunidade médica que a genética é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata. Isso significa que um homem com parentes de primeiro grau com a doença possui mais chances de desenvolvê-la do que aqueles que não têm", acentua o médico.

O preconceito racial também possui um papel importante nos altos índices de câncer de próstata em homens negros. Um estudo publicado no periódico Urology encontrou uma disparidade racial significativa: eles possuem menos chances de passar pelos exames de rastreamento da doença e até mesmo de receberem indicação médica para tal.

"Todos esses fatores demonstram que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é saúde e igualdade racial. Acredito que uma das principais medidas que podemos tomar para mudar esse cenário é fazer com que informações seguras a respeito do câncer de próstata circulem entre homens de diversas comunidades, tornando-os cientes de seus direitos enquanto pacientes e do seu risco real de desenvolver a doença. Assim, poderão se tornar protagonistas de sua própria saúde, independentemente da raça ou da cor", concluiu Dr. Romanelli.

 

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