No cenário esportivo, lesões cartilaginosas provenientes de entorses, contusões e práticas inadequadas de exercícios físicos são recorrentes, especialmente entre aqueles que adotam atividades como corrida, crossfit e musculação após períodos de sedentarismo. O ortopedista Adriano Leonardi explora os possíveis diagnósticos e prognósticos associados ao tratamento dessas lesões, destacando a complexidade do processo de recuperação.

A dor, inchaço, travamento e perda de massa muscular são sintomas comuns após uma lesão cartilaginosa. O inchaço no joelho, conhecido como derrame articular, indica inflamação sinovial, evidenciando a complexidade do diagnóstico em uma estrutura avascular e aneural como a cartilagem. Estudos recentes revelam que pacientes mais jovens, com menor tempo pré-operatório dos sintomas, apresentam melhor prognóstico após o tratamento cirúrgico.

O momento crucial para optar pela cirurgia é guiado por fatores como idade do paciente, tamanho da lesão e envolvimento ósseo. Estratégias cirúrgicas recentes, como a mosaicoplastia para pequenos defeitos e a técnica AMIC para lesões médias e grandes, demonstram eficácia, respeitando as características específicas do atleta.

Leonardi ressalta que, além da experiência do cirurgião, a abordagem do tratamento deve ser individualizada, considerando fatores como tamanho e localização da lesão, envolvimento ósseo, cirurgias anteriores e patologias concomitantes. O tempo é um componente crucial, sendo determinante para o sucesso do tratamento.

O desafio multifatorial e multidisciplinar no tratamento de lesões cartilaginosas exige uma abordagem baseada em evidências, avaliação clínica e radiológica criteriosa, e protocolos realistas de retorno ao esporte. A tomada de decisão compartilhada entre médico e atleta é essencial para atingir resultados satisfatórios em uma área médica em constante evolução.