Tendo no trabalho voluntário seu diferencial no atendimento aos portadores de câncer, a AAPC - Associação de Apoio a Pessoas com câncer há 19 anos vem prestando serviços em Feira de Santana e mostrando que com dedicação e amor, a luta de pessoas com câncer pode ser menos solitária. Na matéria desta domingo (10), da série especial sobre o Outubro Rosa, a reportagem do Jornal Folha do Estado conheceu a instituição e falará da atenção que as pacientes com câncer de mama recebem na AAPC.

A AAPC acolhe os pacientes e dá todo o apoio psicológico, jurídico e assistencial. Nós ofertamos todos os anos em torno de 100 próteses mamárias para as mulheres que são mastectomizadas e ofertamos principalmente acolhimento e amor. Além de alimentação e toda uma gama de serviços que a AAPC oferece. Nós estamos naquele espaço que o estado está ausente", foi a declaração de Roque Mota, presidente voluntário da associação desde 2013.

De acordo com o presidente, os índices de incidência de câncer de mama hoje são alarmantes na cidade, e de acordo com ele, a campanha feita por órgãos do município, estado e governo federal deveriam se estender pelo ano inteiro. "O preventivo é extremamente importante, a movimentação que ocorre no Outubro Rosa de mamografias ofertadas, Papanicolau e tudo que é ofertado no outubro rosa seria necessário se ofertar com a mesma intensidade todos os meses do ano. E é lamentável que ainda embora a gente tenha percebido que vem se evoluindo muito e melhorando a assistência às pessoas portadoras de câncer, ainda têm muito a se conquistar", afirmou Roque.

Atualmente, a AAPC oferece refeições diárias e alojamento para os pacientes e acompanhantes, assumindo todos os custos, disponibiliza pessoas para acompanhá-los às unidades do SUS que os atende, fazem a marcação das consultas e mantêm a programação de visitação aos que se encontram internados para verificação das condições destes. E além de se preocupar com o bem-estar físico dos pacientes, a instituição vai além e se preocupa com a autoestima de mulheres que perdem o cabelo após passar pelo tratamento do câncer. "Nós recebemos doação de cabelos, a pessoas que criam seus cabelos ou deixam crescer, cortam e vem doar aqui. Nós temos uma voluntária que faz essas perucas e nós doamos aos portadores de câncer", contou. Izoneide Félix é assistente social na AAPC, e conheceu a instituição quando recebeu o diagnóstico de câncer em 2018.

De acordo com ela, a assistência é fundamental para quem passa pela doença. "Além de acolher, passamos por essa equipe multidisciplinar, de assistente social, psicóloga, nutricionista e setor jurídico, porque para maioria dos portadores significa tirar o câncer, mas ele desconhece o seu direito e aqui nós temos também o setor jurídico para fazer encaminhamentos, conforme a necessidade de cada um. Então aqui além de ser essa casa de apoio que dá esse acolhimento e todo suporte, o paciente daqui se sente com segurança como se estivesse na sua própria casa, aqui nós temos uma prestação de serviço excelente, além de doações de prótese mamária, porque é muito difícil para mulher quando ela é diagnosticada".