'Se for necessário fazer endividamento para este país crescer, qual o problema?', diz Lula

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'Se for necessário fazer endividamento para este país crescer, qual o problema?', diz Lula

As declarações foram dadas durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável

Crédito: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou, nesta terça-feira (12), superávit primário, inflação e a lei de Responsabilidade Fiscal de "pedras no caminho" do crescimento do país.

Ele disse ainda que não vê problema em aumentar o endividamento para que o Brasil se desenvolva.

"Se for necessário este país fazer endividamento para este país crescer, qual o problema? De você fazer uma dívida para produzir ativos produtivos para este país? Para investir mais em matemática?", questionou o chefe do Executivo.

As declarações foram dadas durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, no Palácio do Planalto.

"Quando é que a gente vai tomar decisão de salto de qualidade e aí que entra decisão política, não é decisão de mercado, não é decisão fiscal. É a gente nesse conselho discutir que país a gente quer para a próxima década", disse.

Em outro momento, ele fez uma metáfora com pedras no caminho e fiscalismo.

"Nós temos o caminho das pedras, temos de decidir agora se vamos retirar essas pedras ou não. Ou se a gente vai chegar a conclusão que olha, por um problema da Lei de Responsabilidade Fiscal, de superávit primário, de inflação, a gente não poder fazer. E vamos todo mundo desanimar, voltar para nossa vidinha, sendo que é um ano ganha, um ano perde. A massa salarial de hoje é menor que de 2010. É um retrocesso", afirmou.

O presidente já vem criticando a manutenção da meta fiscal zero em detrimento de investimentos e disse que ela não precisaria ficar nesse patamar.

Porém, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) conseguiu convencê-lo a não mudá-la ainda neste ano, como integrantes do Planalto defendiam.

No final de outubro, Lula disse que esse resultado dificilmente será atingido porque, inclusive, não quer realizar cortes em investimentos e obras em 2024. Para o presidente, um déficit correspondente a 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) não seria nada.

Agora os que defendem a meta zero ganharam tempo para mandar sinalização positiva ao mercado e ao Congresso. Mas auxiliares palacianos já admitem que, em março do próximo ano, será necessário revisar a meta para 0,25% ou 0,5%.

As falas do mandatário na tarde desta terça-feira foram em tom da defesa de investimentos.

À plateia de representantes da sociedade civil, terceiro setor, integrantes do governo e setores produtivos, Lula disse que é preciso discutir projeto de país e formas de desenvolvimento.

No caso da matemática, por exemplo, ele citou que quer criar cem institutos federais neste país. "Vai custar R$ 25 milhões? Paciência", disse.

Cada grupo do conselhão apresentou ao presidente um balanço de propostas para desenvolvimento do país. Ele disse agora que vai solicitar um estudo de viabilidade econômica de quanto será o "investimento" para tirar todas as medidas do papel -Lula destacou que não se trata de gasto nem custo, mas de investimento. 

 

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