Entidades ligadas a movimentos negros e representantes de religiões de matrizes africanas, aguardam, há quase três meses, acesso a Tribuna Livre da Câmara de Vereadores de Feira de Santana. A solicitação é um pedido de direito de resposta às falas de dois vereadores, consideradas pelas entidades como “ataques de intolerância religiosa”.

Segundo Val Conceição, Coordenador Geral da Associação Cultural Moviafro de Feira de Santana, uma das entidades que protocolou o pedido de direito de resposta, houve o agendamento para uso da tribuna, porém foi cancelado sem justificativas. “Simplesmente nos enviaram um áudio via aplicativo de mensagens, nos dizendo que havia sido adiada a sessão que estava agendada para 19 de outubro, e que em breve entrariam em contato conosco para um reagendamento”.

O coordenador do Moviafro ainda destaca que o uso da tribuna continuou normalmente, e que teria cedido espaço em sessão solene para a igreja onde um dos edis é membro.

“Houve a ocupação pela associação dos síndicos de condomínios, e na semana passada houve uma sessão solene para comemorar o aniversário de uma igreja evangélica. Pelo que podemos entender, apenas a nossa foi adiada”.

Em contato com o gabinete da presidência da Câmara Municipal de Vereadores, a informação é de que já houve uma reunião e que, nas palavras do chefe de gabinete da presidência da casa, Sebastião Bastinho, “o assunto se deu por encerrado”. “O presidente já conversou com todas as classes e proibiu todo mundo de usar a tribuna da casa porque a tribuna é para discutir assuntos pertinentes ao município”, finalizou.