Manifestação pró-democracia em Feira de Santana reuniu cidadãos e entidades sindicais
Presidente do Sindicato dos Bancários, Eritan Machado, participou do ato
Manifestantes se reuniram no início desta semana na Avenida Getúlio Vargas, em frente a Prefeitura Municipal de Feira de Santana, para protestar em defesa do Estado democrático de Direito. O ato foi uma resposta às invasões da sede dos Três Poderes em Brasília, no domingo (8), por extremistas de direita.
A manifestação reuniu professores, estudantes, entidades sindicais, movimentos estudantis e sociais e feirenses que resolveram ir às ruas defender a democracia e pedir a responsabilização dos vândalos que depredaram diversas salas na sede do Poder Executivo, invadiram o STF (Supremo Tribunal Federal), quebraram vidros da fachada, plenário da Corte, arrancaram cadeiras do chão e o brasão da república, picharam a estátua "A Justiça" e a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
A organização do ato em defesa da democracia se deu pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, Eritan de Carvalho Machado estava presente e contou à Reportagem do Jornal Folha do Estado sobre o ato. "A necessidade de se convocar esta manifestação acontece após os ataques de vandalismo às sedes dos três poderes e a tentativa de golpe por parte de militantes bolsonaristas. Eu entendo que todo cidadão e toda cidadã que valoriza a liberdade, que valoriza a paz, a ordem, a normalidade do funcionamento das instituições deve além de repudiar os ataques golpistas, participar das manifestações em defesa da democracia. Nosso país passa pelo momento democrático mais longevo e temos péssimas memórias do que foi a ditadura militar, por isso não aceitaremos retrocesso que vise resgatar esse regime de medo, miséria e morte", disse.
Em tempo
Nesta quarta-feira (11), foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que as autoridades em todo o território nacional devem impedir tentativas de bloqueios de rodovias, vias públicas e invasão de prédios públicos. Ele estabeleceu punições para os cidadãos que descumprirem a decisão: serão realizadas prisões em flagrante e cobradas multas no valor de R$ 20 mil (pessoas físicas) e R$ 100 mil (empresas). Além disso, as autoridades locais deverão identificar os veículos utilizados por estas pessoas e bloquear o uso deles.
Outra medida, desta vez de precaução, é que o aplicativo de troca de mensagens Telegram deverá bloquear canais de comunicação e usuários da plataforma que estão envolvidos na convocação de ataques.
"A escalada de atos violentos - sempre em desacato à Constituição e à autoridade do Supremo Tribunal Federal - atingiu um ponto intolerável, em que as instalações físicas do Plenário da Corte, além de outras dependências de seu edifício sede, patrimônio inestimável de todos os brasileiros, foi vandalizado pelos participantes dos atos em questão, com total despudor e segurança de impunidade, ao mesmo tempo em que se fazia transmissões por redes sociais, visando o incitamento a condutas semelhantes em todo o território nacional", relembrou Moraes.
"A existência de uma organização criminosa, cujos atos têm ocorrido regularmente há meses, no Distrito Federal e em diversos outros Estados, é um forte indício da conivência e da aquiescência do Poder Público com os crimes cometidos, a revelar o grave comprometimento da ordem pública e a possibilidade de repetição de atos semelhantes caso as circunstâncias permaneçam as mesmas, circunstância que pode se repetir em todo o território nacional, caso as autoridades locais não adotem as providências devidas".
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.