Destituição de Castillo é legal e desejo êxito a nova presidente do Peru, diz Lula
Lula defendeu diálogo e tolerância como solução para a crise política
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (7) por meio de nota, que a destituição do presidente peruano, Pedro Castillo, após uma tentativa de golpe de Estado, seguiu os ritos da Constituição do país vizinho e lamentou que um presidente eleito democraticamente tenha tido esse destino.
Lula defendeu diálogo e tolerância como solução para a grave crise política peruana e desejou êxito à tentativa da presidente Dina Boluarte de reconciliar o país.
"Acompanhei com muita preocupação os fatos que levaram à destituição constitucional do presidente do Peru, Pedro Castillo", afirmou Lula. "É sempre de se lamentar que um presidente eleito democraticamente tenha esse destino, mas entendo que tudo foi encaminhado no marco constitucional. "
Ainda de acordo com Lula, sua expectativa é a de que as forças políticas peruanas trabalhem juntas, dentro de uma convivência democrática construtiva. " Em meu governo, trabalharemos de forma incansável para reconstruir a integração regional, para o que a amizade entre o Brasil e o Peru é fundamental", conclui.
O Congresso do Peru destituiu do cargo o presidente de esquerda Pedro Castillo nesta quarta-feira (7) horas depois de ele ter tentado dissolver o Parlamento e instaurar, sem sucesso, um golpe de Estado no país. Sem apoio e isolado politicamente, Castillo foi preso duas horas depois de declarar um "governo de emergência" no país. Ele será acusado de sedição.
A vice-presidente Dina Boluarte, também de esquerda, mas rompida com Castillo, assumiu o cargo depois de ter sido empossada no final da tarde. Pedro Castillo tinha sido convidado por Lula, para que comparecesse à cerimônia de posse. A reportagem questionou se, com a prisão de Castillo, a vice Dina Boluarte será convidada.
O ex-ministro e coordenador da transição do governo Lula, Aloizio Mercadante, disse que a tentativa de impor um golpe de Estado no Peru é um gesto inaceitável e que qualquer iniciativa que afronte a democracia deve ser barrada.
"Em relação ao Peru, não temos ainda todas as informações disponíveis, mas há uma missão fundamental e que precisa ser respeitada em toda a América Latina, que é a democracia e a soberania do voto", disse Mercadante, ao ser questionado sobre o assunto.
Mais cedo, o Itamaraty, também por meio de nota, disse acompanhar com "preocupação" a situação política no Peru. Em nota, o Itamaraty classificou os atos do ex-presidente de esquerda Pedro Castillo, que tentou dissolver a Assembleia Nacional e decretar estado de exceção nesta quarta-feira (7) como "incompatíveis com o arcabouço normativo daquele país".
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