Erika Hilton quer acionar a ONU contra governo Trump por transfobia em emissão de visto
A parlamentar alegou à CBN que cancelou a viagem por insegurança e por não admitir ser violentada dessa maneira.
Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados
A deputada federal Erika Hilton quer acionar a ONU contra o governo Donald Trump por transfobia. A parlamentar do PSOL-SP recebeu um visto dos Estados Unidos em que é identificada com o gênero masculino, apesar dos documentos oficiais brasileiros dela a identificarem no gênero feminino. Erika Hilton considera a ação um desrespeito a seus registros civis.
Diante da indignação, a deputada quer acionar a Organização das Nações Unidas, mas ainda não tem definida qual a melhor maneira de fazer a denúncia internacional. De acordo com a equipe da deputada, a documentação está sendo trabalhada, tanto na ONU como na Comissão Interamericana.
Um visto anterior expedido pelo mesmo país em 2023 informava que ela era do gênero feminino, assim como consta nos documentos de identidade da parlamentar trans. Ela afirma que apresentou à embaixada norte-americana a certidão de nascimento e o passaporte diplomático, em que está identificada como mulher, durante o processo para obtenção do novo documento. A mudança de postura coincide com o período após o decreto assinado pelo presidente Donald Trump logo que assumiu, em janeiro de 2025, em que não reconhece pessoas trans para o estado americano, reconhecendo apenas os gêneros feminino e masculino.
Erika Hilton disse que é muito grave o que os Estados Unidos tem feito com as pessoas trans: "De fato algo muito grave. Essa denúncia vem para escancarar para as pessoas o que é a política excludente e higienista transfóbica praticada por Donald Trump contra as pessoas trans, mas também para dizer o quão autorizado e abusado ele é de alterar um documento do país que não é o país que ele preside", alega Erika Hilton.
A parlamentar também reforçou que a situação com o visto desrespeita a soberania do governo brasileiro que emitir documentos que devem ser respeitados pela comunidade internacional. 'É uma situação muito preocupante, uma situação gravíssima de transfobia mas também de um problema que eu considero diplomático', afirmou a deputada.
Outro lado
A CBN procurou a Embaixada dos Estados Unidos responsável pela emissão do visto da parlamentar, mas ainda não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Diante da indignação, a deputada quer acionar a Organização das Nações Unidas, mas ainda não tem definida qual a melhor maneira de fazer a denúncia internacional. De acordo com a equipe da deputada, a documentação está sendo trabalhada, tanto na ONU como na Comissão Interamericana.
Um visto anterior expedido pelo mesmo país em 2023 informava que ela era do gênero feminino, assim como consta nos documentos de identidade da parlamentar trans. Ela afirma que apresentou à embaixada norte-americana a certidão de nascimento e o passaporte diplomático, em que está identificada como mulher, durante o processo para obtenção do novo documento. A mudança de postura coincide com o período após o decreto assinado pelo presidente Donald Trump logo que assumiu, em janeiro de 2025, em que não reconhece pessoas trans para o estado americano, reconhecendo apenas os gêneros feminino e masculino.
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A deputada foi convidada para participar da Brazil Conference at Harvard & MIT 2025. Ela integrava a missão oficial, autorizada pela Câmara dos Deputados, e deveria palestrar no dia 12 de abril no painel "Diversidade e Democracia" ao lado de outras autoridades brasileiras. Ela desistiu de viajar por causa da situação.
'Cancelei a viagem por insegurança e por não admitir ser violentada dessa maneira. Tive medo, mas também tive honra em não aceitar esse tipo de violação de direito', alegou Hilton à CBN.
A deputada foi convidada para participar da Brazil Conference at Harvard & MIT 2025. Ela integrava a missão oficial, autorizada pela Câmara dos Deputados, e deveria palestrar no dia 12 de abril no painel "Diversidade e Democracia" ao lado de outras autoridades brasileiras. Ela desistiu de viajar por causa da situação.
'Cancelei a viagem por insegurança e por não admitir ser violentada dessa maneira. Tive medo, mas também tive honra em não aceitar esse tipo de violação de direito', alegou Hilton à CBN.
Erika Hilton disse que é muito grave o que os Estados Unidos tem feito com as pessoas trans: "De fato algo muito grave. Essa denúncia vem para escancarar para as pessoas o que é a política excludente e higienista transfóbica praticada por Donald Trump contra as pessoas trans, mas também para dizer o quão autorizado e abusado ele é de alterar um documento do país que não é o país que ele preside", alega Erika Hilton.
A parlamentar também reforçou que a situação com o visto desrespeita a soberania do governo brasileiro que emitir documentos que devem ser respeitados pela comunidade internacional. 'É uma situação muito preocupante, uma situação gravíssima de transfobia mas também de um problema que eu considero diplomático', afirmou a deputada.
Outro lado
A CBN procurou a Embaixada dos Estados Unidos responsável pela emissão do visto da parlamentar, mas ainda não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Já o Itamaraty afirmou que recebeu um ofício da parlamentar para se encontrar com o ministro Mauro Vieira e a reunião deve ocorrer em breve.
Fonte: CBN News
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