À medida que dezembro se aproxima, a São Silvestre ganha destaque, e, como de costume, os holofotes se voltam para os corredores quenianos. Esses atletas notáveis conquistaram a tradicional corrida de rua em impressionantes 33 ocasiões, tanto no masculino quanto no feminino. Além do talento inquestionável para a corrida, o Quênia, país africano, agora se tornou um destino turístico procurado por brasileiros em busca de aprendizado direto com esses ícones do atletismo. Assista ao vídeo abaixo!

Busca pelos Segredos Quenianos

O Quênia é o país que mais triunfou na São Silvestre, com 16 vitórias masculinas e 17 femininas. Nos últimos 10 anos, três corredores quenianos conquistaram o título no masculino, e sete no feminino. A mentalidade singular dos quenianos é apontada como um dos fatores-chave, juntamente com as condições sociais que transformam a corrida em uma oportunidade de um futuro promissor, algo semelhante ao papel do futebol no Brasil. A quantidade de atletas, os locais de treinamento, e até mesmo a dieta local, com o ugali, contribuem para o desempenho extraordinário.

Lições Além da Corrida

Outros elementos também desempenham um papel crucial, como os intensos treinos diários, a altitute de cerca de 2400 metros acima do nível do mar, e o biotipo específico dos quenianos. Uma viagem de brasileiros ao Quênia revelou não apenas técnicas de corrida, mas também a extraordinária mentalidade e força de vontade dos atletas locais.

Júlio Moraes, treinador de corrida, compartilha uma experiência marcante:

"Eu olhava para o Gilbert e falava 'você não transpira, cara'. Ele não transpirava. Não transpirava. Ele olha para mim e fala: 'isso aqui não é treino' - ri ao relembrar o esforço feito pelos brasileiros, enquanto os locais estavam tranquilos."

Elkana Ruto, treinador queniano, destaca a mentalidade única dos atletas:

"Quenianos não são diferentes de outros atletas, mas eles têm um jeito de pensar diferente. Eles sempre vão atrás do que desejam e conseguem pensar de uma maneira vencedora. Se o brasileiro pensar assim, se torna uma potência."

Turismo e Aprendizado

A cidade de Iten é o principal destino turístico, onde um letreiro saúda os visitantes com "seja bem-vindo à casa dos campeões". Neste local, treinam nomes como Eliud Kipchoge, o primeiro maratonista queniano a ganhar uma medalha de ouro olímpica na Rio 2016. A viagem, que dura cerca de 15 dias, não apenas proporciona insights sobre as técnicas de corrida, mas também oferece lições de vida valiosas.

José Paulo de Sousa, aposentado, compartilha sua experiência:

"Ver a forma como eles vivem, como eles levam a corrida, como esporte e uma forma de sobreviver. A lição de vida. A força mental que esses caras têm lá, é impressionante."

A lista de campeões da São Silvestre internacional reforça a dominância queniana na competição, estabelecendo um legado inigualável. A busca por compreender os segredos por trás desses campeões continua inspirando atletas e entusiastas do esporte, transformando o Quênia não apenas em um centro de excelência atlética, mas também em um destino de aprendizado e descobertas para os brasileiros.