Aos 50 anos, Emerson Bisan se prepara para correr sua 20ª edição da Bertioga-Maresias, uma prova de 75 km no litoral norte de São Paulo. O que torna sua jornada ainda mais impressionante é o fato de ele conviver com diabetes tipo 1 desde os 21 anos. Na época do diagnóstico, Bisan, ainda estudante de Educação Física, temeu pelo futuro no esporte, mas encontrou inspiração na lenda olímpica Mark Spitz para seguir adiante.

Com mais de 200 maratonas e ultramaratonas completadas, Bisan construiu uma carreira sólida como corredor e treinador, sempre focado em adaptar sua rotina para conciliar o controle da glicemia com o esporte. O uso de sistemas como o MDI e, em corridas mais longas, sensores automatizados de insulina permitiu a ele manter o equilíbrio necessário durante as provas, mesmo em ambientes desafiadores.

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Apesar de os desafios serem muitos, Bisan afirma que jamais precisou injetar insulina durante as corridas, graças à forma como o exercício age no controle da glicemia. Ele reconhece que o risco de hipoglicemia é alto, mas isso nunca o impediu de seguir em frente. A paixão pelo esporte e a superação de suas limitações fizeram dele um exemplo de determinação e resiliência para outros atletas.

Ao olhar para sua trajetória, Bisan admite que, se tivesse a chance de escolher entre viver sem a doença, ele não a abandonaria. O diabetes moldou não só sua carreira, mas também as amizades e experiências que ele acumulou ao longo dos anos. Para ele, o enfrentamento da doença foi o ponto de partida para um novo nível de autoconhecimento e realização pessoal.