Restrição em laudo comprova que estrutura do Joia da Princesa está obsoleta
O equipamento necessita de uma ampla reforma e modernização
Em 2022, quando vistoriado, o Joia tinha laudos do ano anterior que permitiam a sua utilização, mas sem público por conta da pandemia da covid-19. Com o retorno do torcedor ao estádio, uma nova vistoria foi feita e na ocasião foi apontado que a praça precisava de um novo projeto de pânico e incêndio, situação que esbarrou na falta de dotação orçamentária para que fosse deflagrado o processo de licitação para a contratação de uma empresa para elaboração e posterior execução do projeto. Através de empresa particular, foi feito o projeto e o consequente ajuste de conduta, que limitou a capacidade do Joia para 30%, ou seja, 6400 lugares utilizada em toda a 2ª divisão estadual, única competição oficial que aconteceu no equipamento esportivo.
Para este ano, a restrição ficou por conta do laudo de engenharia que teve que passar por adequações para a praça ganhar condições de jogo. O diretor de esportes do Município, Emerson Britto, afirmou que a atualização dos documentos são exigências que precisam ser cumpridas à risca, ainda mais por conta do Joia da Princesa ser uma praça antiga.
"Há muitos anos, o Joia não passa por uma reforma mais aprofundada em sua estrutura. O gramado foi completamente trocado em 2016 e desde então se trabalha na questão de manutenção, mas em relação a outras estruturas como arquibancadas, vestiários, bares, são obsoletas. O que a prefeitura faz são ajustes, mas chega um momento que os órgãos públicos não aprovam a situação atual e daí são feitos estes ajustes", explicou.
O dirigente confirmou que houve mudanças no laudo de engenharia da praça. "Por exemplo, esse laudo de engenharia precisa ter o parecer de três engenheiros: o civil, o elétrico e o estrutural. Essa situação atende a determinação do Ministério Público Estadual e acabou sendo um entrave no sentido de que tivemos que refazer a documentação para entregar à Federação Bahiana devidamente atualizada", disse Emerson Britto. "No ano passado tivemos um impasse com relação ao laudo de pânico e incêndio e agora essa situação, mas nada que vá comprometer a utilização do estádio", complementou.
O nível de exigência de laudos, conforme explica o diretor de esportes vai de acordo com a capacidade da praça esportiva. "Muitas vezes vejo indagações do tipo 'mas por que em Riachão do Jacuípe é tudo mais rápido e Feira tem sempre estas engresilhas?'. Isso vai de acordo com a capacidade do equipamento que até cinco mil lugares tem um nível de exigência; para 10 mil é outro e no caso do Joia que supera os 15 mil é outro. Quanto maior o estádio, maiores serão as exigências e a lei é rigorosa, quando um destes itens não é contemplado", diz Britto.
Outra situação citada pelo dirigente concerne ao fato do Joia da Princesa servir como "ponto de apoio" para a dupla BaVi em competições nacionais. "Pela localização de Feira de Santana, pelas condições de capacidade e demais exigências do Estatuto do Torcedor, o Joia é sempre a alternativa indicada pelos clubes e pela Federação quando existe algum impedimento de Bahia e Vitória atuarem em estádios da capital. Fora Feira de Santana, os clubes têm dificuldades em encontrar praças que atendam as exigências das competições nacionais. Por tudo isso, o Joia precisa atender a estes requisitos todos", esclarece Emerson Britto.
PPP
Em recente entrevista no programa Conexão Esportiva, o prefeito Colbert Martins Filho confirmou que o Município estará lançando o projeto da Parceria Público Privada (PPP) para que empresas interessadas possam se habilitar a concorrer e posteriormente explorar não só o equipamento especificamente, mas o seu entorno. Este ano, o Joia permaneceu fechado durante o Campeonato Baiano e mesmo sem ser utilizado, o Município tem custos para manutenção da praça esportiva. Há pouco mais de dois anos foi feito um levantamento de despesas, por parte da Secretaria de Cultura Esporte e Lazer, onde por ano, o Poder Público vinha tendo em média um gasto de aproximadamente R$ 800 mil por ano para manter o estádio, o que daria em média R$ 65 mil por mês, gastos em manutenção, com uma agenda irregular de utilização.
A saída encontrada pelo Município para solucionar o problema é a Parceria Público Privada (PPP), prática que tem sido adotada em muitas cidades espalhadas pelo Brasil, onde é feita uma licitação e a empresa vencedora vai gerir o equipamento esportivo, como acontece por exemplo em Salvador com a Arena Fonte Nova, que pertence ao Estado, mas é administrada por um consórcio. "Nossa ideia é justamente começar a pensar em melhores formas de utilização para o Joia da Princesa e por que não, transformá-lo em uma arena multiuso? A sua localização central é muito interessante e pode atrair empresas dispostas a investir e transformá-lo em um grande espaço de eventos de esportes ou qualquer outra natureza", declarou o prefeito.
Colbert Martins planeja que os benefícios se estendam para além da praça esportiva. "No entorno nós temos um espaço amplo que pode passar por uma profunda revitalização com a construção de praças, a construção de espaços que podem ser explorados comercialmente, uma série de situações que vão beneficiar a população que reside próximo gerando novas oportunidades de empreendimentos, reduzindo os índices de violência dentre outras coisas", afirmou. "Está na hora de fazermos alguma coisa realmente grande que possa beneficiar a população em todos os sentidos", complementou.
Comentários: 1
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Tá certo o prefeito , PPP é a alternativa viável para administrar um patrimônio sem uso que só gera despesa. O Fluminense pode jogar na vila Olímpica ou pagar para usar o estádio de Jodilton...