Jornal internacional analisa fenômeno dos palpites esportivos no Brasil

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Jornal internacional analisa fenômeno dos palpites esportivos no Brasil

O jornal britânico Financial Times recentemente publicou um artigo

O setor de palpites online no Brasil tem atraído milhares de fãs dos esportes, principalmente os torcedores dos times do futebol brasileiro, fazendo com que cada vez mais empresas do ramo cheguem ao país. De olho no grande crescimento que este setor tem tido por aqui, o jornal britânico Financial Times recentemente publicou um artigo em que avalia a evolução das apostas esportivas no Brasil.

O que tem acontecido no país

De acordo com o artigo publicado no jornal, os brasileiros não puderam fazer uma "fezinha" durante décadas, por conta de uma proibição geral dos jogos de azar. Com isso, os apostadores ficaram limitados às raspadinhas e loterias estatais por anos.

Contudo, devido uma lei aprovada no finalzinho de 2018, qualquer adulto com acesso a internet agora pode realizar seus palpites em uma plataforma online que possui sua sede fora do país. E para atender o público tupiniquim, os sites têm se atualizado cada vez mais, oferecendo serviços diferenciados, como é o caso das casas de apostas que aceitam bitcoin. Essas plataformas entenderam que há uma clientela cada vez mais interessada nas criptomoedas, principalmente pela privacidade entre as operações, segurança oferecida pelo blockchain e as promoções exclusivas disponibilizadas para os usuários que utilizam os ativos digitais.

Desde de que foram legalizados, os palpites online coletivamente passaram a gerar milhares de dólares em receitas para as operadoras que exploram a modalidade. No entanto, a falta de uma regulamentação mais ampla do setor e concessões formais de licença dissuadiu diversas empresas a desembarcarem no país, devido à insegurança jurídica e os custos do setor.

Nos últimos meses, os parlamentares brasileiros têm buscado aprovação de normas que regulamentem a indústria, e em fevereiro foi aprovado o Projeto de Lei 442/91, que regulamenta diversas modalidades dos jogos de azar. Com isso, várias companhias do setor voltaram a olhar o Brasil como um grande mercado emergente, provavelmente o maior da América Latina.

Enquanto a PL 442/91 não é sancionada, o Brasil deixa de explorar uma excelente fonte de receitas fiscais e geração de empregos, já que boa parte dos sites que passaram a atuar no país após a descriminalização das apostas esportivas de quota fixas estão sob jurisdição de países como Malta e Gibraltar. A empresa H2 Gambling Capital, aponta que a receita bruta de jogos de azar (GGR) movimentou cerca de R$ 1,98 bilhões no Brasil em 2021. E caso o país regulamente esse mercado, a estimativa é de que esse montante chegue a R$ 3,7 bilhões em 2023 e R$ 5,5 bilhões até 2026.

Futebol é o carro-chefe

O artigo do Financial Times afirma que o interesse do público brasileiro pelos palpites esportivos é enorme, principalmente quando o assunto são apostas no futebol. O jornal britânico aponta que 19 clubes dos 20 que disputam a primeira divisão do Campeonato Brasileiro contam com algum tipo de patrocínio das operadoras de jogos de azar. E a expectativa é de que a Copa do Mundo do Qatar promova um aumento significativo na atuação dessas empresas em território tupiniquim.

O cofundador da Fanduel e presidente do Rei do Pitaco, Nigel Eccles, afirma que o Brasil é um terreno fértil para as apostas esportivas, já que o brasileiro é apaixonado pelos esportes. "O nível de paixão deles pelo futebol está fora das paradas. Eles seguem muitas ligas diferentes – o Campeonato Brasileiro, mas também a Premier League, a Copa Libertadores e mais coisas internacionais. Acho que a longo prazo poderá ser um dos maiores mercados a nível mundial", explica o executivo.

Por enquanto, boa parte da indústria tem aguardado qual abordagem regulatória será tomada pelo Congresso Nacional. Sendo que as duas opções mais plausíveis são um modelo de autorização com licenças ilimitadas emitidas para cada empresa que cumpra os requisitos legais, ou um modelo baseado em concessões, onde as companhias licitam competitivamente por um número limitado de licenças.

Levando isso em consideração, as empresas que conseguirem as condições e custos de uma licença devem obter um resultado significativo, já que o mercado brasileiro promete ser um dos mais lucrativos do planeta. 

 

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Quarta, 13 Novembro 2024

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