Quando se fala em saúde, poucos percebem que o intestino ocupa uma posição de protagonista. Este órgão, essencial à digestão e absorção de nutrientes, é também um comunicador nato com o cérebro, graças ao eixo cérebro-intestino. Essa via bidirecional revela um jogo intricado entre sistemas nervosos, imunológicos e hormonais, algo que vem intrigando especialistas e abrindo portas para novas abordagens em saúde mental.

A relação é tão profunda que o intestino ganhou o título de "segundo cérebro". Com suas redes de neurônios e a capacidade de produzir neurotransmissores como a serotonina — associada ao bem-estar —, ele não só regula processos digestivos, mas também molda nosso humor e comportamento. Pesquisas apontam que um desequilíbrio na microbiota intestinal, aquele universo microscópico que habita nosso trato gastrointestinal, pode impactar diretamente a saúde mental e a cognição.

📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp

Especialistas reforçam que a microbiota não é apenas coadjuvante; ela participa ativamente da regulação da dor, do sistema imunológico e até mesmo de condições neurológicas. Estudos já sugerem que doenças como o Parkinson podem ter sinais precursores no intestino anos antes de se manifestarem. O que você come, como gerencia o estresse e a prática de exercícios físicos são pilares para manter essa conexão saudável.

Em um mundo onde o consumo de ultraprocessados e o sedentarismo estão em alta, o papel do intestino vai além de digerir o que ingerimos. Ele reflete e influencia a saúde integral, sendo uma bússola para um estilo de vida mais equilibrado. Afinal, cuidar do "segundo cérebro" é, também, cuidar de si mesmo.