Após um 2024 marcado por glórias continentais, os clubes campeões da Libertadores enfrentam dificuldades inesperadas na temporada seguinte. O Botafogo, único grande carioca fora das semifinais do Campeonato Carioca, reflete um problema mais profundo do que simples eliminações prematuras. A temporada ainda sem rumo parece um reflexo de um elenco em construção, mas que carece de equilíbrio no planejamento e nas decisões de mercado.

Em 2023, o Flamengo já vivia dilemas semelhantes. Após conquistas da Copa do Brasil e Libertadores, o clube enfrentou a pressão de um calendário inchado, com competições como Supercopa do Brasil e Mundial de Clubes. A troca de comando técnico com Vítor Pereira, no entanto, não trouxe a estabilidade esperada e estendeu a crise por todo o ano. O Fluminense, que foi campeão da Libertadores, também teve que acelerar a preparação para enfrentar a Recopa, sacrificando o físico e lidando com o risco de rebaixamento até o fim do Campeonato Brasileiro.

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No caso do Botafogo, o problema se agrava pela falta de um técnico. A saída de Artur Jorge e as tentativas frustradas de contratações, como Roberto Mancini, deixam a equipe sem a liderança necessária para dar rumo ao início de temporada. Entre lesões e negociações desfeitas, o clube ainda parece desorganizado, refletindo um cenário de incertezas no clube e na gestão de seus recursos.

Por mais que o preço da vitória em 2024 tenha sido alto, é inegável que a sobrecarga do calendário e a pressa nas decisões estratégicas dos campeões podem ter um impacto duradouro. O futebol brasileiro, em busca de títulos internacionais, precisa entender que o tempo de planejamento e recuperação das equipes deve ser tão valorizado quanto as glórias conquistadas nas competições.