CEOs enfrentam desafios políticos na Série A do Brasileiro
Modernização esbarra em estruturas associativas e interferências internas nos clubes
A profissionalização do futebol brasileiro ganhou força nos últimos anos, e o cargo de CEO, amplamente inspirado no universo corporativo, tornou-se uma peça-chave na estrutura de 13 dos 20 clubes da Série A em 2025. A ideia é simples: trazer eficiência, aumentar a rentabilidade e equilibrar finanças com desempenho esportivo. No entanto, a prática enfrenta um velho conhecido das gestões associativas: a política interna.
O caso do Corinthians ilustra bem essa tensão. Fred Luz, com passagens de sucesso pelo Flamengo, foi apresentado como CEO em julho de 2024. Contudo, a falta de autonomia e as disputas entre conselheiros limitaram sua atuação, transformando-o, em dezembro, em mero consultor externo. É um exemplo claro de como o modelo associativo, ainda dominante no país, pode minar a eficácia de profissionais capacitados.
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Por outro lado, a experiência de Marcelo Paz no Fortaleza evidencia as vantagens de um modelo mais moderno. À frente do clube desde que se tornou uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), Paz destacou a autonomia e a flexibilidade como diferenciais em relação aos clubes associativos. Sob sua liderança, o Fortaleza terminou o Brasileirão de 2024 em quarto lugar, consolidando-se como exemplo de governança.
A resistência cultural à mudança persiste, mas o mercado exige avanços. Giovane Zanardo, CEO do Internacional, acredita que o futuro está na adaptação dos estatutos e na modernização das práticas de governança. Em meio a desafios, a função de CEO segue evoluindo no Brasil, trazendo ao futebol um modelo de gestão que, aos poucos, se aproxima das melhores práticas globais.
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