Mulheres negras e quilombolas terão acesso a bolsas de doutorado no exterior; conheça programa

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Mulheres negras e quilombolas terão acesso a bolsas de doutorado no exterior; conheça programa

A iniciativa prevê que sejam disponibilizadas ao menos 45 vagas

Crédito: Divulgação/Thais Mallon

O governo Lula anunciou, nesta quinta-feira (20), um programa de bolsas de estudo para doutorado e pós-doutorado sanduíche no exterior destinado a mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas.

Intitulado "Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência" a iniciativa prevê que sejam disponibilizadas ao menos 45 vagas. Os detalhes do processo de seleção ainda não foram divulgados.

O anúncio ocorreu durante um evento em Belém (PA). A iniciativa vai investir cerca de R$ 8 milhões, em parceria com os ministérios de Ciência e Tecnologia, das Mulheres, dos Povos Indígenas, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Capes.

Poderão participar da seleção as mulheres que estejam regularmente matriculadas em curso de doutorado reconhecido pela Capes ou que tenham concluído programa de pós-graduação.

"A gente queria nesse início colocar o assunto que é muito pertinente. Poucas pessoas negras ainda acessam academia como deveria ser", disse Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.

Segundo dados do CNPq, mulheres negras somam 4,9% dos bolsistas de doutorado sanduíche vigentes no país. Mulheres brancas são 30,9% das pessoas contempladas. Nenhuma mulher indígena é beneficiada pelo programa atualmente.

No pós-doutorado no exterior, as mulheres negras são 12,6% dos bolsistas, as brancas são 37,7% e também não existe nenhuma mulher indígena.

A pasta de Anielle Franco também anunciou que vai assinar um protocolo de intenções com a UnB (Universidade de Brasília) para oferecer bolsas de mestrado para sete estudantes no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais.

A ministra afirmou que encontrou um desmantelamento das políticas de educação transversais voltadas para a população negra, quando assumiu a pasta no início do atual governo, em referência a gestões anteriores.

"A gente tem um país em que, infelizmente, as pessoas acham que o racismo é mimimi e que o acesso e permanência nas universidades [a gente] também não tem que falar sobre isso, mas não é o que a gente acredita", disse.

Sobre os critérios para participação, a ministra afirmou que o edital está sendo lançando ainda e que o programa será finalizado buscando atender as demandas, com os requisitos elaborados em conjunto com os outros ministérios. 

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