Ronnie Lessa tentou matar Marielle Franco três meses antes de execução, diz ex-PM
Ex-PM Élcio Vieira de Queiroz decidiu fazer delação
Os detalhes da delação do ex-policial Élcio Vieira de Queiroz à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foram revelados nesta segunda-feira (24) e entre as revelações está a de que Ronnie Lessa, seu cúmplice e autor dos disparos que matou a Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, já havia tentado matar a vereadora três meses antes.
Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018. À PF, Élcio afirmou que Ronnie disse ter tentado cometer o crime meses antes, no final de 2017.
Elcio detalhou que durante a virada do ano de 2017 para 2018, Ronnie contou que semanas antes ele havia tentado "pegar a mulher que estavam monitorando há alguns meses". Ele disse estar acompanhado pelo ex-bombeiro Maxwell Corrêa, o "Suel", preso nesta segunda-feira, 24, e por Edmilson, PM morto em 2021, durante a tentativa frustrada de assassinato.
A tentativa foi frustrada porque na hora do crime ser efetivado, Maxwell disse que o carro "deu problema" e "falhou". Os três homens estavam em um táxi, em que Maxwell estava como motorista, Ronnie com uma submetralhadora MP5 no banco de carona e Edmilson com um fuzil AK47 no banco de trás.
Segundo Élcio, Suel era o encarregado de vigiar Marielle e estava escalado para participar da emboscada. De última hora, porém, Suel acabou substituído por Élcio na emboscada.
Ronnie Lessa e Elcio Queiroz foram presos em 2019 e serão julgados pelo Tribunal do Júri. No entanto, a sessão ainda não foi marcada.
Após a delação, Suel foi preso nesta segunda-feira, 24, na primeira fase da Operação Élpis. Em 2021, ele já havia sido condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações.
A Polícia Federal ainda busca identificar os responsáveis por ordenar o assassinato de Marielle e o que motivou o crime.
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