PF diz que suspeito confessa envolvimento em morte de indigenista e jornalista
'Remanescentes humanos' encontrados passarão por perícia
O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, confirmou na noite desta quarta-feira (15), em uma entrevista à imprensa, que Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", confessou envolvimento no assassinato do indigenista Bruno e do jornalista inglês Dom Phillips.
Além de Amarildo, também está preso um irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Santos", mas, segundo a PF, ele não confessou envolvimento no caso. A participação no crime de uma terceira pessoa, citada por Amarildo, está sendo investigada.
Em relação à motivação do crime, o superintendente da PF disse que as investigações seguem em sigilo e que ainda não é possível apontar o motivo. Sobre a causa da morte, afirmou que tudo indica que foi um disparo de arma de fogo, mas que apenas a perícia poderá dar certeza. Ele não descartou que novas prisões sejam feitas.
Reconstituição
Ainda segundo a PF, Amarildo fez a confissão na noite de terça, quando narrou em detalhes o crime. Durante o dia desta quarta, ele foi levado até onde o local onde enterrou os corpos e afundou a embarcação que era usada pelos dois.
O restos mortais foram achados cerca de 3,1 km de distância de onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como cartão de saúde e notebook, haviam sido encontrados dias atrás.
"Não teríamos condições de chegar ao local de maneira rápida sem a confissão", afirmou o superintendente.
A Polícia Federal fez uma reconstituição do crime, no local do crime e onde afundou a embarcação de Bruno e Dom. A ação de reconstituição foi autorizada pela Justiça.
Objetos e embarcação encontrados
No domingo (12), a PF também informou que foram encontrados um cartão de saúde com nome de Bruno Pereira e outros itens dele e de Dom Phillips, como uma mochila, um notebook e um par de sandálias na área onde são feitas as buscas.
Os itens também deverão passam por perícia, em Manaus.
No dia anterior, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmou ter encontrado uma nova embarcação em área de busca pelos desaparecidos.
De acordo com o procurador jurídico da Univaja, Eliésio Marubo, a embarcação pode pertencer a Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", que está preso e é investigado por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Dom e Bruno.
Uma nota divulgada pela Univaja, nesse domingo (12), também diz que a informação sobre a propriedade da embarcação ainda precisa ser confirmada pelos responsáveis pelas investigações.
Desaparecidos
Bruno e Phillips foram vistos pela última vez na comunidade São Rafael, a cerca de 2 horas de lancha da sede de Atalaia do Norte e próxima à Terra Indígena Vale do Javari. A reserva é palco de conflitos relacionados ao tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal.
A procura pelos dois teve início no próprio domingo do desaparecimento, dia 5 de junho, por integrantes da Univaja. Como não conseguiram localizá-los, alertaram as autoridades sobre o sumiço na segunda-feira (6).
As buscas ao indigenista e ao jornalista reúnem o Exército, a Marinha, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a Polícia Federal. O Exército atua desde a tarde de segunda, na região do Vale do Javari, com combatentes de selva da 16º Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Tefé (AM).
A equipe conta com, aproximadamente, 250 homens, com militares especialistas em operações em ambiente de selva que conhecem o terreno onde acontecem as buscas. Duas aeronaves, três drones e 20 viaturas foram deslocadas ao município para prestar apoio às buscas.
Até o momento, apenas Amarildo foi preso durante as investigações.
Com informações do G1.
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.