PF descarta presença de mandante por mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips
Investigações apontam que executores agiram sozinhos
A Polícia Federal informou nesta sexta-feira (17) que as investigações não apontam a participação de uma organização criminosa ou de algum mandantes nos mortes do jornalista britânico Dom Phillips, 57, e do indigenista Bruno Araújo Pereira, 41, na Amazônia. Dois suspeitos foram presos pelo crime.
Em nota, o comitê de crise, coordenado pela PF, diz que a apuração continua e novas prisões podem ocorrer, mas as investigações "apontam que os executores agiram sozinhos".
"As investigações também apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito. Por fim, [o comitê de crise] esclarece que, com o avanço das diligências, novas prisões poderão ocorrer", diz o comunicado.
Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado" Confessou o crime na última quarta-feira, 15, e foi preso. Além dele, o seu irmão, Oseney da Costa de Oliveira, também foi preso por suspeita de envolvimentos nas mortes.
Em depoimento à PF, Amarildo da Costa de Oliveira, 41, conhecido como "Pelado", confessou que Bruno e Dom foram mortos e tiveram os corpos esquartejados e queimados. A Polícia Federal realizou buscas no Vale do Javari e localizou restos mortais, que seguiram para Brasília para análise pericial.
Além deles, a Polícia Federal acredita que há pelo menos mais dois envolvidos nas mortes, que seriam um terceiro envolvido na execução e um responsável pela ocultação dos corpos. Bruno e Dom foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados após terem flagrado os suspeitos com a atividade de pesca ilegal. As informações são iniciais na investigação da PF, que ainda busca elucidar o crime.
O caso
Antes de sumir, Bruno, que era servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), e Phillips haviam partido da Comunidade São Rafael em uma viagem com duração prevista de duas horas rumo a Atalaia do Norte, mas eles não chegaram ao destino.
Bruno e Dom desapareceram no último dia 5 e, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), entidade com a qual Bruno Pereira colaborava, o indigenista vinha recebendo constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores.
Segundo o jornal britânico "The Guardian", do qual Phillips era colaborador, o repórter estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente. Ele morava em Salvador e escrevia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos.
Amarildo está detido desde 7 de junho. Segundo a polícia, ele foi visto por ribeirinhos, no dia do desaparecimento, em uma lancha logo atrás da embarcação de Pereira e Phillips. Os agentes encontraram vestígios de sangue no barco de Pelado. A PF investiga a versão de que os tiros tenham sido disparados por um terceiro suspeito.
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