A Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Brasil (CMB) colocou, na última quarta-feira (18), cerca 1,8 mil cruzes no gramado central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A ação buscava chamar atenção para as dificuldades financeiras que as instituições estão enfrentando.

Na manifestação, o grupo colocou 1.824 cruzes e balões no gramado da Esplanada, representando a quantidade de instituições do tipo existentes no país. Segundo a CMB, essas unidades de saúdes estão passando por um "colapso financeiro".

De acordo com estimativa da CMB, cerca de 60% dos procedimentos feitos em hospitais filantópicos e em Santas Casas são remuneradas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, os valores repassados não seriam suficientes para cobrir os gastos.

Segundo o presidente da entidade, Mirocles Véras, o setor vem sendo ignorado e a situação pode provocar a desassistência em várias estados. "Os filantrópicos representam a maior rede hospitalar do SUS, mesmo acumulando décadas de subfinanciamento, assumindo dívidas para bancar uma conta que não é sua, mas do sistema, tudo para não deixar de assistir aos brasileiros".

Na Bahia, 86 hospitais correm o risco de fechar com a crise financeira que atinge o setor. Cirurgias mais comuns, como de procedimentos ortopédicos, estarão 50% mais difíceis de serem acessadas. Já as mais complexas, como de ponte de safena, 70%. Em Feira de Santana, os colaboradores do Hospital Dom Pedro de Alcântara vestiram preto na última quarta-feira (18) em adesão aos protestos que chamam a atenção para a crise enfrentada pelas centenas de Santas Casas de todo o país. A Santa Casa de Feira de Santana, somente no ano de 2021, acumulou um déficit mensal de R$ 817 mil.