Suspeito de matar delegada confessa que usou cinto de segurança no pescoço dela

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Suspeito de matar delegada confessa que usou cinto de segurança no pescoço dela

Tancredo Neves teve a prisão em flagrante convertida em preventiva nesta segunda-feira (12). 

O acusado de matar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires confessou à polícia civil que utilizou o cinto de segurança do veículo em que estavam, girando-o no pescoço dela, e que teria inventado a versão de que o casal teria sido sequestrado.

As declarações foram dadas na segunda-feira, durante depoimento na 37ª Delegacia Territorial da Bahia, em São Sebastião do Passé, na região metropolitana de Salvador.

Patrícia Neves foi achada morta no último domingo (11), dentro do próprio veículo, em uma região de mata de São Sebastião do Passé. Após passar pela audiência de custódia, o namorado e principal suspeito do crime teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

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De acordo com o g1 Bahia, o acusado Tancredo Neves afirmou no primeiro depoimento que o casal teria saído da cidade de Santo Antônio de Jesus, onde a vítima morava, com destino a Salvador. Após a praça do pedágio de Amélia Rodrigues, na BR-324, eles teriam sido abordados por homens em uma motocicleta, sequestrados e obrigados a realizar transferências bancárias. Segundo a versão do acusado, os bandidos o teriam liberado, e levado Patrícia com o carro.

Em outro depoimento, o suspeito confessou que mentiu sobre o sequestro. Ele disse que ambos teriam saído para beber em Santo Antônio de Jesus, e Patrícia teria ficado alcoolizada. Ao saírem do estabelecimento, a vítima decidiu viajar para Salvador. Ele declarou que no caminho, falou para a namorada que os dois precisavam repensar a relação. A partir daí iniciou-se uma discussão e a vítima o teria ameaçado de morte, como também à família dele.

Neves disse ainda que a delegada teria puxado o volante do veículo e provocado a colisão em uma árvore. Ele alegou que usou o cinto no pescoço da companheira para fazer ela parar com as agressões contra ele e que notou que Patrícia estava desacordada, mas que não sabia que ela estava morta.

Segundo ele, o objetivo ao enrolar o cinto no pescoço não era matar. Disse também que pretendia se casar com ela nesta quarta-feira (14), três dias após a morte da namorada.

Conforme o G1, Neves coleciona denúncias de agressão contra mulheres, e que ele também é investigado por exercício ilegal da Medicina. Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) confirmou que não há nenhum médico registrado com o nome de Tancredo Neves Lacerda Feliciano de Arruda no órgão. 

Crime de Feminicídio

A Polícia Civil autuou em flagrante o companheiro da delegada Patrícia Neves Jackes Aires, por crime de feminicídio.

As investigações encontram-se nas fases preliminares, com perícias em curso, análises de imagens de câmeras de vigilância e outras diligências investigativas. A Polícia Civil da Bahia lamenta profundamente a morte da servidora, que estava lotada no plantão da Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus, e informa que está empenhada com todos os seus departamentos para esclarecer plenamente as circunstâncias do caso e realizar todas as providências de polícia judiciária cabíveis.

A Delegada-Geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, compartilha o luto com família e amigos. "Um dia de muita tristeza na nossa instituição, com uma trágica perda para todos nós. Estamos dedicando todos os nossos recursos e esforços para dar a resposta necessária a esse crime terrível contra Patrícia Jackes", declarou.

 

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Segunda, 25 Novembro 2024

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