Pastores réus no caso Lucas Terra serão ouvidos nesta quinta, 27
Adolescente que foi queimado vivo e teve o corpo escondido em 2001
Os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva serão ouvidos a partir das 8h desta quinta-feira (27), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Os religiosos são réus no caso do adolescente que foi queimado vivo e teve o corpo escondido em um terreno baldio da capital baiana em 2001.
Além do depoimento dos réus, no terceiro dia do júri popular uma das testemunhas de defesa dos pastores pode ser ouvida novamente. A decisão foi tomada após os advogados de acusação pedirem acareação, por acreditarem que o depoimento tinha inconsistências quando comparado aos das outras testemunhas ouvidas.
Se a acareação for aceita, a testemunha dará novo depoimento na quinta-feira. Depois, os réus serão ouvidos e a fase de debates será iniciada. Nela, os advogados de defesa e acusação discutem o caso e há possibilidade de réplicas e tréplicas, o que torna esta a parte mais demorada do júri.
Apesar disso, o resultado do julgamento pode ser deferido ainda na quinta, um dia antes do previsto. Ao final dos debates, o júri popular vota e decide pela condenação ou absolvição dos réus.
Relembre primeiro e segundo dia de júri
O primeiro dia do júri popular aconteceu na terça-feira (25) e durou cerca de 12 horas. Cinco testemunhas de acusação e uma de defesa foram ouvidas. Entre as de acusação estava a mãe da vítima, Marion Terra, que se emocionou bastante durante o depoimento.
Por ter sido testemunha na terça, Marion não pôde participar do segundo dia do júri. Ela esteve no Fórum Ruy Barbosa na quarta-feira (26), mas foi embora antes da sessão começar.
Durante a sessão, uma das testemunhas contou que viu Lucas na noite em que ele desapareceu, na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) do bairro da Santa Cruz. Na ocasião, ela recebeu da vítima a informação de que ele estaria com Silvio Galiza.
Além disso, a mesma testemunha contou que o adolescente teria dito que precisava conversar com o pastor Fernando, um dos réus, para pegar uma "gravata abençoada", que daria a ele a oportunidade de se tornar obreiro da IURD.
Uma outra testemunha disse que recebeu orientação de um pastor da IURD para suspender as buscas por Lucas Terra, que eram feitas por familiares e amigos, de modo independente.
Já o segundo dia do julgamento aconteceu na quarta-feira e durou cerca de 10 horas. A defesa dos réus focou em demonstrar como era a rotina dos pastores na semana do crime.
As esposas dos pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido testemunharam a favor dos réus e disseram que estavam com eles no dia 21 de março de 2001, apontada como a data de desaparecimento do menino.
Além delas, dois pastores e um bispo da Igreja Universal foram ouvidos. Eles confirmaram que fiéis fizeram buscas por Lucas terra após o desaparecimento e contaram que o adolescente era muito dedicado a igreja.
Ao todo foram ouvidas 10 testemunhas de defesa, uma na terça-feira (25) e as outras nova na quarta-feira (26)
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