Negra, entre 30 a 49 anos e com cônjuge: perfil das vítimas de feminicídio na Bahia
Desde 2017, as estatísticas aumentam ano a ano
O Anuário de Segurança Pública da Bahia, documento da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) em parceria com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) lançado nesta quinta-feira (23) também coloca em perspectiva as estatísticas do feminicídio no estado.
Caracterizado como crime contra a vida da mulher por razões de gênero, desde 2017, as estatísticas aumentam ano a ano: 74 (2017), 76 (2018), 101 (2019) e 113 em 2020, um crescimento de 11,88%. No interior do estado, os números são mais alarmantes. Foram 89 mulheres assassinadas em 2020, contra 24 em Salvador e Região Metropolitana.
O documento ainda traça um perfil das vítimas deste tipo de crime: na maioria são mulheres negras, entre 30 a 49 anos e com cônjuge. Entre as principais motivações, os crimes passionais predominam, com 60,6% das ocorrências contra 23,2% brigas intrafamiliar. O perigo mora literalmente ao lado pois 83,9% dos crimes acontecem em domicílios e 81,3% são praticados por companheiros ou ex-companheiros, 15,7% por namorados e 2% por familiares.
As armas brancas, como por exemplo uma faca, foram usadas em 45% dos crimes, armas de fogo, em 28,4% dos crimes e 8,3% por motivo contundente, lesão ou contusão pela pressão exercida no corpo.
ESTUPROS
Na contramão dos feminicídios, os crimes de estupro registaram uma queda na Bahia, segundo os dados do anuário. Esse tipo de crime ainda é divido entre o número de vítimas e o número de ocorrências registradas. Em 2019 foram 3.430 vítimas, com 2.859 em 2020, uma queda de 16,65%. Já as ocorrências foram 3.263 em 2019 e em 2020, 2.706, queda de 17,07%.
Para mais dados ver tabela abaixo:
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