Uma mulher de 30 anos compareceu à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no final da tarde da última sexta-feira (25), acompanhada de seu advogado, e se apresentou ao delegado titular, Gustavo Coutinho, alegando que, antes de atirar quatro vezes no empresário Edmárcio Azevedo de Jesus, conhecido como "China da Academia", teria o dopado com drogas e cometido o crime porque estava sendo ameaçada por ele.

O delegado Gustavo Coutinho, um dos responsáveis pelas investigações do homicídio que vitimou China da Academia, contou que, desde o levantamento cadavérico, as investigações haviam sido iniciadas com oitiva de familiares e vizinhos, além da obtenção de imagens de câmeras de segurança. Porém, ainda tentava identificar o autor ou autora do crime. "Mas, na tarde de sexta-feira, recebi uma ligação de um advogado, informando que uma mulher o havia procurado e que queria relatar o que aconteceu na morte do empresário."

"Uma mulher de 30 anos veio aqui com o advogado; ela chorava muito, estava bastante nervosa e contou que havia conhecido a vítima na academia dele, onde era aluna, e acabou se envolvendo amorosamente com ele por dois meses. Porém, segundo ela, tinha um relacionamento anterior com outro homem e, após uma briga com o mesmo, ficou vulnerável e acabou se relacionando com China", explicou Gustavo Coutinho.

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O delegado acrescentou: "Ela frisou que manteve o relacionamento com a vítima por dois meses, mas acabou voltando para o ex-companheiro. Quando tentou terminar o relacionamento com o empresário, ele não aceitou e passou a ameaçá-la de morte, além de ameaçar seus filhos e o companheiro. Em desespero, ela marcou um encontro com ele no feriado (21), na casa dele. A acusada relatou que arrumou um remédio para dormir (tipo Diazepam) e, como também levava cocaína, misturou as substâncias e ofereceu a ele; ambos beberam cerveja e vinho."

"Durante o uso das drogas e bebidas, ele começou a passar mal, tomou banho e, ao deitar na cama, adormeceu. Ela então pegou uma pistola calibre .380, que pertencia à vítima, e efetuou quatro disparos, atingindo-o todos na região do peito. Depois, foi embora, levando a arma, o celular e a carteira da vítima. De acordo com ela, jogou fora todos os pertences no caminho. Questionei por que, ao vê-lo dormir, ela não foi embora. Ela respondeu que ele já havia tentado forçá-la a manter relações sexuais e ameaçou matá-la caso tentasse deixá-lo novamente, o que a fez se desesperar e cometer o crime", relatou o delegado.

Gustavo Coutinho afirmou ainda que, após concluir o inquérito, irá analisar se cabe ou não a prisão preventiva. "Se, durante a conclusão do inquérito, encontrarmos provas que confirmem sua versão, ela poderá responder pelo crime de homicídio em liberdade. Caso contrário, podemos solicitar a prisão preventiva, cabendo à Justiça decidir se a decreta ou não. Tenho até 30 dias para concluir o inquérito, mas acredito que o concluiremos antes disso."

Edmárcio Azevedo de Jesus foi encontrado morto na tarde do dia 22, por volta das 14h40, no interior da residência onde morava, localizada na Avenida Lucilândia, no bairro Gabriela III, em Feira de Santana. A vítima foi localizada por um de seus filhos.

Segundo informações da polícia, uma jovem ligou para o CICOM informando que seu irmão, de prenome Everton, havia encontrado o pai Edmárcio caído e com marcas de disparos de arma de fogo. A jovem disse ainda que estava em frente à casa do pai, na Chácara Canaã, mas, muito nervosa, ainda não havia conseguido entrar na residência.

Ainda conforme informações, uma guarnição da 66ª CIPM manteve contato com a solicitante e, após verificação, constatou que a vítima apresentava lesões provocadas por disparos de arma de fogo, estando já sem sinais vitais. Os policiais acionaram as equipes técnicas para os procedimentos cabíveis.