Jornalista denuncia caso de raciscimo em loja em Feira de Santana
Ferreira Jr. diz que foi abordado e revistado por policiais dentro da loja
O profissional conta que fazia alguns contatos profissionais enquanto olhava as mercadorias no interior da loja. "Eu estava conversando com meu irmão ao telefone, que também é um profissional do meio da Comunicação, enquanto caminhava pelo interior da loja, como toda e qualquer pessoa comum faz. Cheguei a ser abordado por um vendedor e senti que ele já falou comigo em tom de desconfiança, mas até aí eu fiquei na minha, disse que estava no meio de uma conversa e que em breve buscaria o atendimento de algum funcionário", relatou Ferreira Jr.
Ferreira Jr. conta que continuou ao telefone após a interrupção por parte do vendedor e que, alguns minutos depois, para sua surpresa, dois policiais entraram na loja, o abordaram e o revistaram no interior do estabelecimento, na frente dos demais clientes que se encontravam na loja.
"Percebi que primeiro eles entraram na loja e falaram com a gerente e o segurança, que apontaram para mim. Em seguida, fui abordado e revistado no meio da loja. Confesso que nunca antes na vida havia vivenciado esse tipo de situação. Eu não estava fazendo nada demais, apenas falava ao telefone. Os policiais em momento algum foram grosseiros ou truculentos. Abordaram-me educadamente, então me identifiquei, me apresentei como jornalista e informei que passaria a filmar toda a abordagem. Tudo foi resolvido ali mesmo, mas confesso que só consegui sentir vergonha e indignação, pois sei que fui confundido com um bandido apenas por ser negro. Já noticiei alguns casos de discriminação é revoltante sentir a dor de um irmão negro que passa por isso, mas quando a gente sofre o racismo na pele, é diferente. É triste, extremamente revoltante e constrangedor", desabafa o comunicador.
O advogado Tiago Glicério, que representa legalmente o jornalista Ferreira Jr., diz que seu escritório já está encaminhando o caso no âmbito jurídico e que todas as providências legais necessárias já foram tomadas. "Já comparecemos à Primeira Delegacia da Polícia Civil e lavramos o Boletim de Ocorrências. Na ocasião, meu cliente também já prestou depoimento contando toda a situação à polícia, onde também já iniciamos todo o processo de apresentação de provas, com áudios e vídeos feitos pela parte ofendida. Agora o inquérito policial seguirá seus trâmites judiciais normais. É triste ainda vivermos situações como esta ocorrendo em nosso país. Um cidadão de bem não pode se calar diante de uma injúria desta natureza e a única forma de combatermos o racismo é tomando as medidas legais plausíveis", declara o advogado de Ferreira Jr.
Comentários: 1
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Absurdo total essas lojas e shopping precisa urgentemente de qualificar e adotar uma política de repúdio ao racismo estrutural que tem crescido em nosso estado.