Ex-sócio e dois motoristas são suspeitos de desviar pagamento de fretes de empresa
Os três funcionários trabalhavam há mais de 4 e 8 anos na empresa
Policiais da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), conduziram o ex-sócio e dois motoristas da empresa M C A Madeiras para delegacia. Os três são suspeitos de desviar valores de fretes (transportes de mercadorias utilizando veículos da empresa). Em uns dos fretes que custou R$ 13.500 o motorista teria alegado que o frete custou R$ 9.000.
O advogado Péricles Novais, representante da empresa M C A Madeiras, disse que os três funcionários trabalhavam há mais de 4 e 8 anos na empresa. Mas, até o momento só existem provas adquiridas pela empresa de que forjaram três fretes. "Com isso a empresa está cobrando da autoridade policial que investigue os três para descobrir desde quando vinham praticando esse golpe e sabermos o montante que conseguiram desviar da empresa qual estou representando".
A empresa M C A Madeiras, trabalha com madeiras do Pará e do Mato Grosso, porém, madeiras já tratadas como: portas, janelas, dentre outras peças e ela tem caminhões próprios. "Então, o que estava acontecendo era que os motoristas contratavam os fretes lá em Belém do Pará. Alegavam que o frete custava R$ 9 mil, sendo que na verdade o frete custava R$ 12 ou 13 mil, prestava conta com a empresa de R$ 9 mil e o resto se apropriavam, ou seja, faziam três ou quatro fretes desse por mês e em cada frete se apropriava de R$ 3 ou 4 mil", disse o advogado.
Péricles continua: "outra coisa que a empresa descobriu que os dois motoristas tinham a conivência do ex-sócio da empresa, que saiu da sociedade e voltou como chefe de transporte. Os motoristas passavam os valores dos fretes, ele sabia do valor certo, mas ele se dirigia para o gerente da empresa e passava o valor do frete de apenas 9 mil. Com isso a empresa autorizava o carregamento para Belém".
"Ele sabia que o valor recebido era superior ao valor que estava no contrato, então, eles falsificavam os contratados de Prestação de Serviço de Frete. Em conversa de WhatsApp que inclusive está nas mãos da polícia e também da empresa. Eles arquitetavam pessoas que tinha a voz (sotaque) parecidas com o povo do Belém. Aí eles mandavam essa pessoa gravar um áudio e repassar para empresa e falar com a funcionária da empresa que só paga o frete até 9 mil e para ela autorizar o carregamento".
Após essas ações a empresa passou a desconfiar que eles estavam nessa prática delituosa há mais de 4 anos. "Porém, provas materializadas só temos de três ações dessa natureza. Mas, já acionamos a Delegacia de Furtos e Roubos de Feira de Santana para instalar um Inquérito Policial e apurar o crime de falsificação de documentos particular, o crime de estelionato e apropriação indébita. Eles têm o direito de receber o dinheiro, mas não de se apropriar, como não repassaram para empresa, se caracteriza também como furto".
"Essas pessoas serão levadas à justiça praticamente condenadas. Eles confessaram a prática delituosa na presença de dois policiais, assinaram sua carta de demissão por justa causa. Sabem que cometeram o crime. Cesar alegou que sempre foi bem tratado pela empresa como sócio e depois com funcionário, mas é viciado em jogo e acabou praticando esse ato delituoso e os dois motoristas, alegaram que passam por dificuldades financeiras. Mas, não procede essa versão deles, porque eles ganham muito bem na empresa com as viagens, horas extras, na verdade eles são desonestos e não pode estar transportando cargas pelas estradas do Brasil", indagou Novais.
A empresa M C A Madeiras, disse para nossa reportagem que vai aguardar o ressarcimento dos valores e vai acompanhar o inquérito policial e acreditar que o delegado responsável peça a prisão preventiva dos três. A Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) disse que o inquérito policial já foi instaurado. Já ouviu os suspeitos, as vítimas e que as investigações continuam.
Trechos de Conversa de WhatsApp:
Uma pessoa do Belém se passando como responsável pela contratação de um frete:
"Oh, bem, porque é setenta e trinta. Dependendo da transportadora é oitenta e vinte. Entendeu? Que é setenta, aí quando descarrega eles põe. E trinta lá, quando descarrega. Entendeu? Ele deposita na conta, mas a gente confere lá, na hora também, entendeu? É melhor do que carta, cada frente é complicado demais Fabinho, lá só troca no posto e quem troca ela mesmo, e Deus é mais com aquilo. É ruim demais".
Funcionária da empresa M C A Madeiras
"XXXX, na hora que você vê aí direitinho você me passa valores do frete, o que você vai carregar, o peso, tudo direitinho está bom?".
Acusado responde a funcionária:
"O peso é entre trinta e um mil a trinta e dois, certo? E o frete que o pessoal paga é nove mil reais. E é o gesso, é a placa aqui onde a gente carrega. Falei com o Ferro, eu tinha falado com você no áudio anterior, acho que ontem, até ontem, alguma coisa assim, eu falei com você, beleza".
Em outra conversa extraída do WhatsApp, a funcionária da M C A Madeiras, pergunta o que ele vai transportar:
"Você vai carregar o que XXXX? Qual é o frete que você vai carregar aí?"
Acusado responde:
"XXXXXXX é o gesso. É o gesso. Segundo o pessoal lá. Segundo eles que a gente carrega lá. Isso aqui ia fechar o frete pra nove mil. Que eles paga variado a hora que paga oito e setecentos, oito e quinhentos. Aí, disse que ia arredondar pra nove mil lá. Gesso aqui na placa".
A reportagem não conseguiu falar com os denunciados.
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.