Autoridades apertam cerco contra violência no entorno da Estação Rodoviária
Órgãos de segurança vão ampliar combate a crimes na região
Diversos órgãos de segurança pública, secretarias municipais e o Ministério Público do Estado (MP) resgataram o Centro Integrado de Segurança Pública de Feira de Santana (CISP), com foco na redução da criminalidade, principalmente, em adjacências do terminal Rodoviário de Feira de Santana, anunciaram reintegração de uma comissão de segurança.
Nesta região do centro da cidade são registrados vários delitos como furtos, assaltos, arrombamentos a estabelecimentos comerciais, bem como a incidência de tráfico de drogas. As reclamações de quem trabalha ou reside nesta área são constantes e o perigo aumenta mais em horários de pouco movimento, facilitando as ações dos delinquentes. O quadro levou representantes do Município e do Estado a instaurarem o Comitê Integrado de Segurança Pública (CISP), com a finalidade de se buscar soluções concretas para a problemática.
"A discussão é complexa porque perpassa da esfera policial e abrange outros aspectos, como o social, por exemplo. Daí a necessidade de se buscar entendimentos com a Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, e a Polícia Militar: há informações de muitas pessoas que chegam e saem da cidade, se hospedam em hotéis naquela região, que podem servir de disfarce para práticas como o aliciamento de menores e tráfico de drogas. Outros, se utilizam da situação de rua para praticar delitos como furtos e aplicação de pequenos golpes", explicou o promotor Pedro Safira.
Pedro Safira diz que, já estão organizando operações (cujas datas são sigilosas), em conjunto com o Corpo de Bombeiros e a polícia, para apurar as pousadas e estabelecimentos comerciais localizados no entorno da rodoviária. Ele acrescenta ainda que durante as ações, os agentes irão averiguar se os comércios têm alvarás de funcionamento, sanitário, do Corpo de Bombeiros, fichas com identificações dos hóspedes, entre outros.
"A primeira temática que nos foi passado foi, justamente, a criminalidade no entorno da Rodoviária, inclusive, dependência química que precisa de assistencialismo. Há também denúncias de que muitos hotéis e pousadas funcionam de forma irregular e não estão exigindo a identificação de hóspedes. Isso aumenta a migração de traficantes, 'cafetões', aumenta a exploração sexual infantojuvenil e tráfico de drogas. Os meliantes ficam na clandestinidade e dificultam muito o trabalho de investigação. Eles estão sempre migrando, a volatilidade é grande. Muitas vezes criminosos chegam a alugar vários quartos em diversas pousadas para dificultar o trabalho de identificação", diz.
Safira acrescenta que a Secretaria de Assistência Social está realizando um levantamento das pessoas em situação de vulnerabilidade, tentando dar andamento, mas estão com dificuldades, porque muitas vezes são pessoas sem identificação. "Alguns têm passagem pela polícia e não querem se identificar, dificultam o acolhimento. São pessoas que moram em outras cidades, mas por muitas vezes rompeu laços com os familiares e não querem voltar. Todos estes fatores contribuem para o aumento da criminalidade, há muitos arrombamentos na área. Foi, inclusive, a Major Lilian que provocou, desde fevereiro, pedindo a retomada do CISP e pedindo que incluísse na primeira pauta a questão da criminalidade no entorno da Rodoviária. Foi um pedido dela e do Coronel Piton", conta.
Dentre as ações já alinhadas entre as autoridades se destaca a fiscalização a hotéis e pousadas, na região da rodoviária. "Vamos verificar se estes estabelecimentos possuem alvarás de funcionamento, pois temos informações que muitos deles funcionam irregularmente; vamos verificar as condições sanitárias e principalmente de controle destes estabelecimentos em relação a quem chega e quem sai dos recintos, se as regras de identificação são cumpridas e dentro destas perspectivas desenvolveremos trabalhos de conscientização dos donos destes estabelecimentos para que assim evitem que pessoas de condutas duvidosas estejam nesses ambientes", informou o promotor Pedro Safira.
PREOCUPAÇÃO
Com a proximidade da Micareta 2023, a Major Lilian Nascimento ressaltou a importância de uma ação breve. "Temos feito operações constantes, temos intensificado todas as ações policiais de abordagens, de rondas, mas não tem sido suficiente justamente por conta das pessoas que ficam ali, em situação de rua e cometendo pequenos delitos. Geralmente são usuários de drogas que precisam sustentar o vício. Solicitamos um trabalho conjunto, capitaneado pelo Ministério público e estamos planejando ações, justamente, para fazer frente às demandas que têm colaborado significativamente para as demandas do aumento da criminalidade na região".
A comandante destaca que ao ajudar as pessoas em situação de rua, os indivíduos acabam contribuindo para a manutenção da criminalidade.
"Temos também acompanhado algumas ações da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDESO), mas não são suficientes. Infelizmente as pessoas têm resistência ao acolhimento porque estão viciadas e querem continuar o uso da droga. Os agentes do Plantão Social dizem que 95% destas pessoas não aceitam ajuda. Chamamos também atenção das pessoas que costuma ajudar e, não é questão de não fazer a ação social e dar o alimento, mas esse assistencialismo prejudica a ação do estado e das prefeitura. As pessoas continuam ali, recebem o alimento e continuam em situação de mendicância, de usuário de drogas, consomem os alimentos dados e a noite vão praticar delitos para comprar drogas. Solicito às pessoas que façam ação social através das secretarias, das casas de recuperação, porque eles estão dando uma oportunidade de recuperar essas pessoas", alerta. O acolhimento não pode ser compulsório", argumenta.
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