Síndrome de burnout: ambiente de trabalho pode adoecer
Burnout é uma doença psíquica cada vez mais comum
Já se sentiu estressado ou aflito com suas demandas de trabalho? Esse sentimento quando associado a sensação de esgotamento físico e mental, perda de interesse nas atividades de trabalho, sentimentos negativos associados ao ambiente corporativo, falta de motivação para ir trabalhar, dentre outros, pode ser caracterizado como síndrome de burnout, uma doença psíquica cada vez mais comum. Este é o tema da terceira matéria da série de reportagens sobre o setembro amarelo, realizada pelo Jornal Folha do Estado.
Os brasileiros são a segunda população mais estressada do mundo, com 30% das pessoas economicamente ativas sofrendo de burnout, distúrbio que leva ao esgotamento físico e mental, segundo dados da ISMA-BR (International Stress Management Association). O engenheiro civil Bruno Oliveira faz parte dessa porcentagem, aos 25 anos ele foi diagnosticado com a doença e contou à reportagem como foi passar por isso.
"Foi muito difícil encontrar emprego logo após a formatura, então fiz duas pós-graduações ao mesmo tempo, me sobrecarregando sem saber. Quando finalmente encontrei um emprego, tinha muito medo de perder e voltar a ficar desempregado, então eu fazia tudo o que podia e o que não podia. Chegava muito cedo na obra, saia muito tarde, fazia o meu trabalho e o que deveria ser trabalho de um assistente, mais o do meu superior, na maioria das vezes. Passava noites em claro revisando projetos, tentando estudar mais, minha vida era o trabalho, e todo o resto ficou em segundo plano", contou o engenheiro.
Foi neste momento que a irmã de Bruno, ainda estudante de psicologia, recomendou que ele fizesse terapia. "Quando minha irmã me pediu para fazer terapia eu ri, achei que era brincadeira, porque eu mesmo não percebia que o que eu sentia era anormal, pra mim todo mundo sentia aquilo", relatou. Os sintomas de Bruno já estavam se agravando. "Eu esquecia coisas que tinha acabado de ouvir, colocava um objeto num lugar e minutos depois já não sabia onde estavam, tinha que ler uma página várias vezes porque era como se meu cérebro não processasse mais, eu estava estressado o tempo inteiro, já acordava chateado, ia trabalhar brigando sozinho o caminho todo", lembrou.
Bruno não sabia, mas toda a carga de trabalho que estava submetido lhe causou a Síndrome de Burnout. A médica psiquiatra Aline Moreira esclarece que sim, é possível adoecer no ambiente de trabalho. "Síndrome de Burnout é um tipo de estresse ocupacional que acomete profissionais envolvidos com qualquer tipo de cuidado em uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional. A síndrome é marcada por um desgaste, aumento de sentimentos de exaustão emocional, dentre outros", explicou.
"Eu fui à terapia, e depois de algumas sessões, veio o diagnóstico de burnout. A primeira coisa que fiz, foi levar para meu supervisor, que me autorizou ter um assistente, a carga de trabalho diminuiu, eu suspendi os estudos e até terminar aquela obra, eu só trabalhava. Passei a sair com meus amigos, ficar com a família, esse tempo de qualidade mesmo. Fora os remédios que a psiquiatra me passou. Minha vida passou a mudar", elucidou Bruno.
Segundo a coach Juliana Carelli, especializada em carreira e estilo de vida, algumas atitudes ajudam a administrar o estresse no trabalho e evitar que a rotina comprometa a saúde. "É importante que a gente aceite a vulnerabilidade e o fato de que nunca dará conta de tudo, respeitar os nossos limites e os dos outros também podem ajudar, ter uma rotina e fazer constantemente ajustes nos planos, reorganizando objetivos e prioridades, delegar funções a quem lhes é de direito, limitar o uso dos aparelhos eletrônicos e o envio e checagem de e-mails e mensagens fora do horário de trabalho, cuidar da qualidade de vida e incentivar que os demais façam o mesmo, incluindo a prática de atividade física, uma alimentação saudável e o convívio com a família. E a cereja do bolo, em vez de focar no que falta, valorizar o que já foi feito", afirmou.
Os brasileiros são a segunda população mais estressada do mundo, com 30% das pessoas economicamente ativas sofrendo de burnout, distúrbio que leva ao esgotamento físico e mental, segundo dados da ISMA-BR (International Stress Management Association). O engenheiro civil Bruno Oliveira faz parte dessa porcentagem, aos 25 anos ele foi diagnosticado com a doença e contou à reportagem como foi passar por isso.
"Foi muito difícil encontrar emprego logo após a formatura, então fiz duas pós-graduações ao mesmo tempo, me sobrecarregando sem saber. Quando finalmente encontrei um emprego, tinha muito medo de perder e voltar a ficar desempregado, então eu fazia tudo o que podia e o que não podia. Chegava muito cedo na obra, saia muito tarde, fazia o meu trabalho e o que deveria ser trabalho de um assistente, mais o do meu superior, na maioria das vezes. Passava noites em claro revisando projetos, tentando estudar mais, minha vida era o trabalho, e todo o resto ficou em segundo plano", contou o engenheiro.
Foi neste momento que a irmã de Bruno, ainda estudante de psicologia, recomendou que ele fizesse terapia. "Quando minha irmã me pediu para fazer terapia eu ri, achei que era brincadeira, porque eu mesmo não percebia que o que eu sentia era anormal, pra mim todo mundo sentia aquilo", relatou. Os sintomas de Bruno já estavam se agravando. "Eu esquecia coisas que tinha acabado de ouvir, colocava um objeto num lugar e minutos depois já não sabia onde estavam, tinha que ler uma página várias vezes porque era como se meu cérebro não processasse mais, eu estava estressado o tempo inteiro, já acordava chateado, ia trabalhar brigando sozinho o caminho todo", lembrou.
Bruno não sabia, mas toda a carga de trabalho que estava submetido lhe causou a Síndrome de Burnout. A médica psiquiatra Aline Moreira esclarece que sim, é possível adoecer no ambiente de trabalho. "Síndrome de Burnout é um tipo de estresse ocupacional que acomete profissionais envolvidos com qualquer tipo de cuidado em uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional. A síndrome é marcada por um desgaste, aumento de sentimentos de exaustão emocional, dentre outros", explicou.
"Eu fui à terapia, e depois de algumas sessões, veio o diagnóstico de burnout. A primeira coisa que fiz, foi levar para meu supervisor, que me autorizou ter um assistente, a carga de trabalho diminuiu, eu suspendi os estudos e até terminar aquela obra, eu só trabalhava. Passei a sair com meus amigos, ficar com a família, esse tempo de qualidade mesmo. Fora os remédios que a psiquiatra me passou. Minha vida passou a mudar", elucidou Bruno.
Segundo a coach Juliana Carelli, especializada em carreira e estilo de vida, algumas atitudes ajudam a administrar o estresse no trabalho e evitar que a rotina comprometa a saúde. "É importante que a gente aceite a vulnerabilidade e o fato de que nunca dará conta de tudo, respeitar os nossos limites e os dos outros também podem ajudar, ter uma rotina e fazer constantemente ajustes nos planos, reorganizando objetivos e prioridades, delegar funções a quem lhes é de direito, limitar o uso dos aparelhos eletrônicos e o envio e checagem de e-mails e mensagens fora do horário de trabalho, cuidar da qualidade de vida e incentivar que os demais façam o mesmo, incluindo a prática de atividade física, uma alimentação saudável e o convívio com a família. E a cereja do bolo, em vez de focar no que falta, valorizar o que já foi feito", afirmou.
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