Ultraprocessados podem ser práticos e saborosos, mas seu consumo tem um alto custo para a saúde. Estudos recentes indicam que esses alimentos estão associados a 32 doenças, incluindo mortalidade por câncer, doenças cardiovasculares e transtornos mentais. A adição de açúcares, sódio, gorduras e aditivos químicos torna esses produtos nutricionalmente pobres, exacerbando os riscos à saúde.

Uma revisão de 45 estudos publicada na "The BMJ" revelou que a ingestão de ultraprocessados aumenta significativamente o risco de doenças crônicas. Os dados mostram uma probabilidade 50% maior de morte relacionada a doenças cardiovasculares e 53% maior de transtornos mentais comuns para cada 10% de aumento no consumo desses alimentos. Esses números são alarmantes e reforçam a necessidade de conscientização e mudança de hábitos alimentares.

A epidemiologista Eurídice Martínez Steele e a nutróloga Daniela França Gomes destacam a importância de reduzir o consumo desses produtos. Segundo elas, é fundamental promover a educação nutricional, ensinando a leitura de rótulos e a interpretação de tabelas nutricionais. Políticas públicas também devem focar na rotulagem clara, restrição de publicidade e venda de ultraprocessados em locais públicos, além de incentivos para o consumo de alimentos in natura.

Para uma alimentação mais saudável, o Guia Alimentar da População Brasileira recomenda basear a dieta em alimentos in natura ou minimamente processados. A substituição de ultraprocessados por alimentos frescos e a utilização moderada de óleos, sal e açúcar podem melhorar significativamente a qualidade nutricional das refeições, contribuindo para a prevenção de diversas doenças.