Ministério da Saúde emite orientações sobre ‘condições pós-covid’

Saúde e Bem EstarCovid 19

Ministério da Saúde emite orientações sobre ‘condições pós-covid’

 Pasta financia pesquisas a fim de entender melhor o cenário no Brasil

Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

 Pessoas que tiveram Covid-19, mesmo nas formas leve ou assintomática, podem apresentar um conjunto de sinais e sintomas que se prologam e não têm causa aparente: são as chamadas 'condições pós-covid'. Dificuldade de concentração e memória, conhecida como névoa cerebral; perda prolongada de olfato e paladar; e alterações cognitivas são os sintomas neurológicos mais comuns. Mas as condições também podem afetar outros sistemas como cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, mental, muscoesqulético e geniturinário.

Para auxiliar os profissionais na identificação clínica dos casos e orientar quanto aos critérios de diagnóstico, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica que reúne as informações mais atualizadas sobre o tema. Um dos pontos explicados é que as condições pós-covid ocorrem a partir de quatro semanas desde a infecção inicial. Outro ponto é que os sinais e sintomas permanecem a longo prazo, mesmo depois que a pessoa passa pela fase aguda da doença.

Sistema AfetadoSinais e Sintomas Recorrentes


Neurológico
  • Dificuldade de memória e concentração ("névoa cerebral")
  • Alteração cognitiva
  • Cefaleia
  • Perda de paladar
  • Perda de olfato


Cardiovascular
  • Palpitação
  • Disautonomia
  • Dor torácica
  • Arritmias
  • Trombose/coagulopatias
  • Intolerância ao esforço físico


Respiratório
  • Tosse
  • Dispneia
  • Taquineia
  • Dor torácica

Gastrointestinal
  • Alterações do hábito intestinal
  • Náuseas e dor epigástrica
  • Disfagia
  • Refluxo gastroesofágico

Saúde mental
  • Distúrbios de sono
  • Depressão
  • Ansiedade

Geniturinário
  • Disfunção erétil
  • Alterações menstruais



Outras alterações
  • Alopecia
  • Alterações cutâneas
  • Desordens endócrinas
  • Fadiga
  • Mialgia
  • Artralgia
  • Alterações na visão

Pesquisas buscam entender a prevalência das condições pós-covid no Brasil

Por se tratar de um tema novo, as pesquisas e inquéritos de base populacional que investigam a prevalência das condições pós-covid ainda estão em andamento. O Ministério da Saúde financia algumas delas, em parceria com instituições e universidades, a fim de entender melhor o cenário no Brasil. Entretanto, a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (Sectics) já consegue fazer uma análise preliminar de cenário com base em estudos avaliados pela área técnica responsável.

Foi descoberto, por exemplo, que 40% da amostra de pessoas investigadas apresentou alguma condição pós-covid, com maior concentração no sexo feminino. Obesidade foi considerado o principal fator de risco e os sintomas mais verificados foram dispneia, fadiga e tosse. Tudo isso é levado em conta tanto no desenvolvimento de políticas públicas para tratar o problema, quanto na orientação aos profissionais para o correto diagnóstico.

Diagnóstico leva em conta o histórico do paciente e prevenção é fundamental

Por ora, não existem testes específicos para o pós-covid. O diagnóstico se baseia em um histórico de exame positivo para a Covid-19 ou exposição ao vírus, associados a uma avaliação clínica abrangente e minuciosa. Exames laboratoriais, de imagem, eletrocardiograma, entre outros, podem ser úteis para auxiliar no diagnóstico. Recomenda-se que, antes de definir uma manifestação como condição pós-covid, se investigue outras razões que podem justificar o quadro apresentado.

Para se proteger dessa condição, o documento do Ministério da Saúde orienta que sejam seguidos os mesmos cuidados para evitar a infecção por Covid-19. Além da vacinação contra o vírus, que está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para todos aqueles que possuem mais de 6 meses de vida, recomenda-se realizar a higiene adequada das mãos, etiqueta respiratória, ventilação adequada de ambientes, evitar contato com casos positivos e uso de máscara em situações específicas para evitar contrair a infecção.

Por: Ministério da Saúde

 

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Sábado, 23 Novembro 2024

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